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Uma em cada duas empresas industriais enfrenta escassez de insumos

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O mais recente relatório divulgado pela Crédito y Caución confirma até que ponto a pandemia e a guerra na Ucrânia afetaram o normal funcionamento das cadeias de valor. Para elaborar este relatório, a seguradora de crédito recolheu dados sobre 30 sectores, tanto da indústria como dos serviços, em 26 países europeus, gerando 406 observações. De acordo com o relatório, no segundo trimestre de 2022, 51% das empresas industriais da União Europeia enfrentava escassez de materiais ou equipamentos, valor muito acima do nível anterior à pandemia de 8,5%.

Os sectores com um elevado grau de integração na cadeia de valor mundial tendem a enfrentar uma maior escassez de insumos. Além disso, as características específicas de cada país, como a sua dimensão económica e abertura comercial, também exercem uma influência. Os países que enfrentam maiores níveis de escassez são a Alemanha, a Irlanda, a Suécia, a Dinamarca, a Finlândia e a Eslovénia. Entre os menos afetados encontram-se a Letónia, a Itália, a Bulgária e a Roménia.

Por atividades, os mais afetados são os sectores automóvel, informática, maquinaria, equipamentos elétricos, produtos de tabaco e produtos de plástico. Os menos afetados são o têxtil, carvão e petróleo, alimentação, farmácia e bebidas. No sector dos serviços, a escassez de materiais ou equipamentos afeta apenas 3,6% das empresas, um nível muito semelhante aos 3,2% registados antes da pandemia.

 

Estratégia

Segundo o relatório, as empresas poderiam adotar várias estratégias para reduzir a sua dependência das redes comerciais internacionais. Para melhorar a resistência da sua cadeia de valor, poderiam relocalizar a sua produção, diversificar os seus fornecedores ou aumentar os stocks. Contudo, todas estas opções compreendem importantes desvantagens e custos.

A Crédito y Caución prevê uma certa reorientação estratégica em sectores críticos, como a energia, as tecnologias mais sensíveis, a distribuição alimentar ou o equipamento médico, mas não antecipa um grande retrocesso na globalização, na medida em que o principal fundamento económico das cadeias de valor mundiais – a oportunidade de beneficiar das diferenças nos custos laborais – se mantém válido.

Até certo ponto, os produtores têm de conviver com as distorções em momentos excecionais, como a pandemia de Covid-19. Os dados recentes evidenciam um alívio dos constrangimentos na cadeia de valor. A escassez de chips está a diminuir, à medida que os fabricantes aumentam a sua produção, e os constrangimentos logísticos também se estão a dissipar“, conclui o relatório que prevê que as distorções atuais da cadeia de valor se resolvam em 2023.

Para apoiar as suas empresas seguradas a reestruturar as suas cadeias de valor e a fortalecer os seus processos logísticos, a Área de Comércio Externo da Crédito y Caución lançou recentemente um novo serviço de identificação de fornecedores internacionais.

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