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A Comissão Europeia enviou a lista, há muito esperada, de mais de 1500 referências de produtos americanos aos quais propõe a aplicação de tarifas que, em termos gerais, se situam nos 25%.
Esta é a primeira resposta às tarifas – também de 25% – com que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, castigou as importações de aço e alumínio da UE há pouco menos de um mês. O documento, ainda em forma de rascunho, avançado pela Reuters, já foi enviado aos diferentes Estados-membros, que votarão a sua aplicação esta quarta-feira.
Tarifas sobre mais de 1500 produtos
Bruxelas prevê a tributação de produtos como o arroz, o tomate, o vestuário, os cobertores elétricos, o calçado, os objetos de vidro, a cerâmica e a porcelana, as joias e os metais preciosos, o aço e o alumínio, os produtos de iluminação, os barcos, o tabaco e o calçado desportivo. No entanto, há alguns produtos para os quais foi decidido impor uma taxa mais baixa de 10%, como os jogos de vídeo, as pilhas e alguns cosméticos e óleos essenciais específicos.
“As medidas dizem respeito a produtos originários dos Estados Unidos dos quais a União Europeia não é substancialmente dependente, e esta abordagem procura evitar, tanto quanto possível, um impacto negativo nos vários intervenientes no mercado europeu e nos consumidores”, refere o documento da Comissão.
No total, a Comissão Europeia pretendia delimitar cerca de 26 mil milhões de euros em produtos norte-americanos como retaliação, reporta a publicação Expansion, um valor que acabou por ser ligeiramente reduzido após os ajustamentos propostos pelos diferentes Estados-Membros.
Por exemplo, o bourbon norte-americano, um dos produtos que mais atenção tem merecido nos últimos tempos, foi poupado às tarifas. A ameaça de Trump de punir, com tarifas de 200% sobre o vinho, os países que tributassem esta bebida foi suficiente para levar diferentes países – liderados por França e Itália – a optar pela eliminação da referência.
Implementação progressiva
As tarifas anunciadas serão aplicadas progressivamente. Se a lista for aprovada, as tarifas sobre produtos que já foram taxados durante o anterior conflito comercial entre os EUA e a Europa – no primeiro mandato de Trump – serão aplicadas a 15 de abril. Em contrapartida, as tarifas sobre novos produtos serão adiadas por 30 dias, até 15 de maio. Há, ainda, uma última vaga de produtos especiais, como a soja, cujas tarifas só serão aplicadas em dezembro.
“Não estamos a ir devagar, mas também não nos estamos a precipitar. Isto é fundamental para criar espaço suficiente para a negociação. Deve ser uma solução mutuamente satisfatória“, afirmou o comissário europeu responsável pelo Comércio, Maros Sefcovic.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, referiu que “estamos preparados para responder. Já estamos a finalizar um primeiro pacote de contramedidas em resposta às tarifas sobre o aço. E estamos agora a preparar outras contramedidas, para proteger os nossos interesses e as nossas empresas, caso as negociações falhem. Estaremos também atentos aos efeitos indiretos que estas tarifas poderão ter, porque não podemos absorver a sobrecapacidade global nem aceitaremos o dumping no nosso mercado. Como europeus, promoveremos e defenderemos sempre os nossos interesses e valores. E defenderemos sempre a Europa“.
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