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Toys ‘R’ Us vai enveredar pelo franchising e apostar no online em Portugal e Espanha

A nova direção da Toys ‘R’ Us apresentou esta quinta-feira, dia 13 de setembro, os objetivos da empresa e explicou o modelo que vai seguir nos próximos cinco anos, em Portugal e Espanha, e que prevê a abertura de 25 lojas de proximidade, algumas delas em formato de franchising.

Depois do processo de compra, por parte da sociedade de investimento Green Swan em 60%, e os restantes 40% por parte da antiga equipa de direção, o diretor-executivo da Toys ‘R’ Us Iberia, Paulo Sousa Marques, o presidente do Conselho de Administração da Green Swan, Paulo Andrez, o anterior diretor geral e atual líder do conselho consultivo do presidente, Jean Charretteur, e a antiga direção da empresa, que se mantém nesta nova etapa, detalharam todos os próximos passos da empresa. Desde logo, a Toys ‘R’ Us não mudará a sua marca, nem em Espanha, nem em Portugal, pelo vínculo afetivo e o reconhecimento que tem entre as crianças e as suas famílias. Contudo, nos próximos meses, depois de se desvincular dos Estados Unidos, vão ser aplicadas novas medidas com o objetivo de gerar uma relação mais próxima com os clientes.

Segundo afirmou Paulo Sousa Marques, “nos próximos cinco anos vão ser abertas 25 novas lojas ‘express’ em cidades mais pequenas ou em centros urbanos em que já exista uma loja Toys ‘R’ Us”, assegurando que estes novos estabelecimentos constituem “a base de expansão da empresa a médio e longo prazo”. Neste sentido, muitas das novas lojas serão lançadas, pela primeira vez, segundo a fórmula do franchising.

Para além disto, Paulo Sousa Marques indicou que a Toys ‘R’ Us estudará a abertura de novas grandes lojas, com superfície similar às atuais, destacando que, em qualquer caso, e para além das dimensões dos espaços, uma das principais novidades será que todos os estabelecimentos terão o mesmo desenho, pensado “para que o cliente tenha uma experiência de jogo e possa ter interação com os brinquedos”. Assegurou ainda que esta mudança se verificará já na nova loja no Centro Comercial Islazul, em Madrid, que será inaugurada este sábado e cujo modelo será implantado, a partir de outubro, em todas as mais de 50 lojas.

O online terá também um papel destacado. O objetivo é, no período de cinco anos, que atinja 25% das vendas.

O gestor sublinhou ainda que a Toys ‘R’ Us quer ampliar as idades dos seus públicos. O objetivo será chegar às crianças desde o primeiro momento e, desta forma, dar mais protagonismo à marca própria Babies ‘R’ Us, trabalhando também com mais referências para responder às necessidades das crianças a partir dos oito anos.

Durante esta apresentação, a atual direção destacou que, apesar das dificuldades dos últimos meses para a liquidação noutros mercados, a Toys ‘R’ Us é um projeto sólido que atualmente, e depois da aquisição, conta com um património líquido de 112 milhões de euros.

Nesta linha, o presidente do Conselho de Administração da Green Swan, Paulo Andrez, esclareceu que apostaram na operação da Toys ‘R’ Us ao constatar as implicações da direção precedente, dos colaboradores e sindicatos e que valorizavam, como garantia para o futuro, as decisões que foram tomadas no sentido de proteger a empresa e salvaguardá-la da estratégia definida nos Estados Unidos, que contemplava também o encerramento de lojas em Espanha.

Depois de acordada a operação, Paulo Andrez explicou que quer aumentar o número de fornecedores locais, quer em Portugal, quer em Espanha, incorporar novos produtos e referências, assim como apoiar a figura do empreendedor que tenha brinquedos inovadores. “Dar-lhe-emos espaço de venda nas nossas lojas. A inovação é chave nesta nova etapa”, garantiu. “Se a Toys “R” Us se limitar a vender brinquedos, teremos um problema no futuro. O potencial da marca não é apenas vender brinquedos, é gerar novas experiências e prestar novos serviços às crianças e famílias”, precisou.

Já Jean Charreteur explicou como foi a transição da compra-venda e valorizou de forma muito positiva para o futuro da Toys ‘R’ Us a independência que a empresa agora terá. Indicou ainda que os problemas começaram em 2005, quando três fundos compraram a Toys ‘R’ Us com uma dívida que condicionou todas as atuações posteriores, impedindo que a marca se adaptasse aos novos hábitos de consumo e que dificultou a gestão e tomada de decisões, até que teve que se fazer valer do capítulo 11 da Lei de Falências, dos Estados Unidos e Canadá, em setembro de 2017. A partir daí, afirmou Jean Charreteur, o plano dos Estados Unidos era encerrar a atividade da marca em todos os mercados, porque este cenário seria o mais rentável de todos os possíveis. “Foi então que, com a equipa, decidimos ir contra as decisões dos Estados Unidos para salvar a empresa em Espanha e Portugal”, tendo sido apresentado um concurso de credores da subsidiária de imóveis, de forma a proteger os ativos.

As previsões de faturação desta “nova” Toys ‘R’ Us rondam os 175 milhões de euros, em Portugal e Espanha, este ano, com objetivo fixado para os próximos anos a ser de 200 milhões de euros.

O processo de compra implicou um investimento de 80 milhões de euros em quatro anos e a garantia dos 1.300 postos de trabalho.

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