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Reciclagem de embalagens estagna em 2023

Sem mudanças profundas, em 2025, estaremos em incumprimento, alerta SPV

Os portugueses encaminharam para reciclagem um total de 460.285 toneladas de embalagens, em 2023, o que significa praticamente uma estagnação face ao período homólogo do ano anterior.

Uma análise aos dados anuais do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagem (SIGRE) permite concluir que, apesar dos resultados continuarem em linha com as atuais metas da reciclagem de embalagens, se a tendência verificada nos últimos anos se mantiver, Portugal não vai conseguir alcançar a nova meta definida para 2025 para este fluxo de resíduos urbanos.

O objetivo do país, que é comum a todos os Estados-membro, passa por estar a reciclar, daqui a um ano, pelo menos, 65% das embalagens que são colocadas no mercado. Em 2023, essa taxa manteve-se nos 60%.

 

Papel com melhor desempenho

O papel/cartão, com 148.630 toneladas recolhidas (+4%), continua a ser um dos materiais com melhor desempenho, mas há dois que devem suscitar preocupações: o alumínio e o vidro. O primeiro aumentou apenas 2%, o que se traduz em 1.947 toneladas encaminhadas para reciclagem, carecendo de um aumento significativo no ritmo de crescimento. O vidro continua aquém da meta e a sua recolha mostra sinais de quebra. No último ano, foram depositadas 212.593 toneladas destas embalagens, ou seja, menos 6.264 toneladas (-3%).

Nas embalagens de vidro, em particular, existe a necessidade de mais separação por parte dos cidadãos e, sobretudo, da prestação de um maior nível de serviço por parte dos operadores municipais na recolha, do ponto de vista da qualidade e conveniência“, refere em comunicado.

Segundo a SPV, é fundamental continuar a apostar-se em sistemas de deposição de embalagens de vidro mais eficientes, como o baldeamento assistido, para serem colocados nas proximidades de cafés, restaurantes e bares, onde são geradas as quantidades mais significativas destes resíduos urbanos para reciclagem e alargar o seu uso a mais zonas do país.

 

Modelo de financiamento “justo”

Em termos globais, todo o sector “precisa de regras claras e uniformizadas, mecanismos que promovam a transparência e eficiência do sistema, começando por um modelo de financiamento justo e ligado a objetivos que se traduzam numa real melhoria do nível de serviço prestado aos cidadãos por parte dos operadores municipais na recolha”, sustenta a SPV, que também reforça a importância da colaboração e complementaridade entre todas as partes interessadas na cadeia de valor ,sobretudo das entidades gestoras. “A nova legislação e o novo ciclo de licenças para as entidades gestoras são uma boa oportunidade para mudar o sistema, de forma a que se cumpram as metas estabelecidas para 2025”.

Para Ana Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, “Portugal está num momento crítico no que diz respeito à gestão dos resíduos urbanos e, em particular, à reciclagem de embalagens, que é o único fluxo a cumprir com as metas e que deveria ser exemplo para os restantes. Otimizar a operação, num modelo transparente e a custos justos e eficientes, e com garantias de qualidade e nível de serviço, são fatores que a Sociedade Ponto Verde considera essenciais para o futuro do sector”.

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