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Quota dos hipermercados e grandes supermercados com redução significativa na próxima década

Os compradores europeus evitam cada vez mais as grandes superfícies em detrimento dos formatos mais pequenos e compras online.

Esta é uma das principais conclusões de um estudo da Bain & Company, que antecipa uma redução significativa da quota de mercado dos hipermercados e grandes supermercados na Europa nos próximos anos. A quota poderá cair para abaixo dos 50% na Europa Ocidental e do Sul na próxima década, o que compara com os 70% que estes formatos possuíam em 2014. “Esta tendência poderá ter sérias implicações não só para as cadeias de retalho alimentar, mas também para as empresas de bens de consumo, alterando os fatores necessários para manter uma vantagem competitiva”, diz a consultora.

Na base deste estudo estiveram entrevistas a 30 gestores seniores das principais empresas de bens de consumo que vendem às principais cadeias europeias. O inquérito reflete uma queda contínua nas vendas do canal hipermercado, com os consumidores a privilegiarem os formatos mais pequenos localizados nos centros urbanos. Esta descida também se deve ao facto dos supermercados se estarem a tornar pequenos hipermercados e ao ambiente regulatório, que favoreceu a abertura de supermercados de maior dimensão em vez de hipermercados.

Os supermercados, por seu turno, representam 55% do sector do grande consumo e estabilizaram o seu crescimento entre os 3% e os 5% ao ano. Na base deste desempenho estão os formatos de média dimensão, com cerca de 1.500 metros quadrados. O estudo destaca o forte crescimento das cadeias regionais, capazes de personalizar a oferta às necessidades locais.

A Bain & Company assinala, de resto, que os únicos formatos a crescer são os supermercados de média e grande dimensão. Em contrapartida, nos últimos três anos, o crescimento do canal de conveniência esbateu. O estudo destaca, ainda, que nos últimos anos, as cadeias de retalho alimentar na Europa foram pressionadas por três grandes tendências, nomeadamente, a queda das vendas das grandes superfícies, a crescente importância dos formatos “value” e “low cost” e o crescimento do comércio eletrónico. “Os gestores do sector estão conscientes das mudanças que estão a afetar a indústria. O que é menos óbvio é o modo como o impacto acumulado destas mudanças está a transformar fundamentalmente o panorama da grande distribuição na Europa e a redefinir, de forma acelerada, as regras no sector dos bens de consumo”, sublinha François Faelli, responsável pela área de produtos de consumo da Bain & Company na Europa, Médio Oriente e África. “Até ao momento, muitas marcas foram capazes de minimizar este impacto, mas poderão não conseguir fazê-lo por mais tempo já que a evolução dos formatos tradicionais é negativa e as cadeias de retalho alimentar enfrentam um panorama cada vez mais complexo”.

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