Muitos produtos vegetarianos não estão ao alcance de todos os consumidores, uma vez que o preço difere, em média, entre 11 a 104% das receitas tradicionais. A DECO PROTESTE comprou mais de 50 produtos vegetarianos, de 10 marcas diferentes, que pudessem substituir queijo fatiado, carne picada, hambúrgueres, almôndegas, douradinhos e salsichas. A diferença de preço é substancial e afasta o conceito de substituição na hora dos consumidores fazerem contas aos gastos em alimentação.
De acordo com a associação de defesa do consumidor, com exceção da Iglo Green Cuisine que, nalguns produtos (nuggets e fingers de proteína vegetal), consegue aproximar-se do custo dos produtos tradicionais ou apresentar até valores mais baixos, a média dos restantes produtos vegetarianos apresenta um aumento de custo entre 11 a 104%.
Custos de produção
O exemplo mais paradigmático recai sobre o queijo flamengo e o seu substituto vegetariano, com base de gordura de coco que, por quilo, custa 21,90 euros, mais 16 euros do que o tradicional. Os hambúrgueres e os panados vegetarianos exigem um esforço orçamental de mais 10 euros do que o formato conservador. Na carne picada e nas almôndegas, a diferença ronda os nove euros, enquanto as salsichas enlatadas de soja e de carne distam seis euros.
Os fabricantes justificam esta diferença de preço com “elevados custos de produção” e “mercado pequeno, que não permite ganhos em escala”. O investimento em investigação e desenvolvimento é outro dos argumentos mencionados pelas marcas.
Vegetarianos
Os preços praticados afetam cada vez mais portugueses. Segundo os dados disponíveis apurados, o número de vegetarianos quadruplicou, nos últimos 10 anos.
Cerca de duas em três pessoas estão a transitar para uma alimentação sem carne, uma tendência em franca expansão nos Estados Unidos da América e no Reino Unido. 10% dos portugueses entre os 25 e os 74 anos assume-se como flexiteriano, ou semi vegetariano.