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Preços elevados são uma barreira ao crescimento do consumo responsável na Europa

Embora sete em cada 10 compradores europeus se identifiquem favoravelmente com as empresas que demonstram práticas sustentáveis altamente desenvolvidas, quase a metade deles (48%) não está predisposta a pagar mais, especificamente, por alimentos locais e orgânicos, de acordo com o novo “Estudo do Comprador Europeu” publicado pela IRI.

Para preparar este estudo, os compradores foram questionados sobre as suas preferências em adquirir produtos de empresas consideradas justas e transparentes, respeitadoras do meio ambiente, que utilizam embalagens recicláveis e são produtores locais. Os resultados sugerem que cerca de 70% dos “shoppers” europeus preferiram cada um desses atributos.

O estudo, que incluiu mais de 3.300 consumidores de sete países. consultou os compradores sobre uma ampla gama de perguntas sobre os seus hábitos de compra, expectativas sobre o futuro das lojas de alimentos e examinou o comportamento de compra das gerações mais jovens. De acordo com o relatório, a Itália é o país com a maior pontuação em três das quatro questões relativas à embalagem (81%), transporte do produto (83%) e equidade (81%), enquanto os compradores gregos dão um voto de confiança aos retalhistas dispostos a respeitar o meio ambiente (83%).

Olly Abotorabi, Senior Regional Insights Manager da IRI, observa que “o consumo responsável está a aumentar e os compradores estão mais informados que nunca do impacto ético e ambiental que as suas compras podem ter sobre o meio ambiente. As práticas sustentáveis dos retalhistas podem ser um fator decisivo em muitas das decisões de compra dos consumidores europeus. No entanto, é claro que o preço de venda ao público de algumas categorias, como os frescos locais, continua a ser uma barreira para o crescimento“. Olly Abotorabi acrescenta que “uma comunicação mais potente em loja e online relativa à qualidade do produto e do apoio proporcionado aos produtores locais oferecem formas viáveis para superar este obstáculo por mais de metade dos compradores estudados. Estes fatores foram identificados como chave para aqueles que regularmente ‘compram local’ e pode ajudar a justificar o aumento do gasto ou uma mudança na preferência. Em troca, poderia ajudar a criar valor na categoria tanto para distribuidores como para fabricantes em toda a região“.

No que se está a tornar numa importante transição para abandonar o uso de combustíveis fósseis, um esforço para reduzir as crescentes temperaturas do planeta, a maioria dos grandes distribuidores estabeleceu metas ambiciosas de redução de carbono. Alguns exemplos ressoam em muitos consumidores, uma vez que um número significativo (67%) disse preferir comprar produtos de empresas que usam energias alternativas e renováveis.

O estudo da IRI também identifica o papel da tecnologia e a sua influência significativa nos hábitos de compra dos grupos mais jovens. Os Millennials, jovens entre 18 e 24 anos, são “viciados” numa ampla gama de conteúdo digital, com alguns estudos sugerindo que gastam uma média de 8,5 horas por dia online. O estudo revelou que 61% desses jovens compradores recorreram ao formato online para investigar novos produtos de FMCG e armazenar informações e mais da metade deles usou os seus smartphones como dispositivo preferido.

Olly Abotorabi destaca como essas descobertas podem beneficiar retalhistas e fabricantes. “Conversamos muito sobre a disponibilidade física no caminho para a construção de marcas. Isto é essencial, mas a visibilidade online das características do produto, a transparência e a promoção dessas qualidades oferecem uma plataforma cada vez mais importante para ajudar a moldar e validar as escolhas das gerações mais jovens, tanto em loja como online. É claro que há também uma audiência considerável que os retalhistas podem capturar através de geomarketing em dispositivos inteligentes, na tentativa de aumentar o número de clientes e as compras por impulso“, aponta.

O “Estudo do Comprador Europeu” da IRI indica, entre outras tendências, a conexão muito mais forte dos compradores com alimentos frescos, produzidos localmente, com 29% a preferir marcas nacionais; as gerações mais velhas mostram uma propensão a comprar produtos locais, enquanto, talvez surpreendentemente, os Millennials parecem marginalmente menos preocupados com a origem do produto e o impacto ambiental e estão mais inclinados a comprar marcas estabelecidas internacionalmente, que são percebidas como mais inovadores e que oferecem uma experiência de marca superior. Comprar produtos locais está a tornar-se mais importante na Europa, no entanto, os compradores ainda estão relutantes em mudar os seus hábitos de compra em algumas macro categorias, especialmente em cuidados pessoais e beleza.

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