Os preços do café alcançaram níveis não observados desde 1977, aproximando-se de máximos históricos, impulsionados pelas condições climáticas desfavoráveis nos principais países produtores, nomeadamente, Brasil e Vietname.
A seca severa no maior produtor mundial, o Brasil, a pior em sete décadas, e as condições adversas no Vietname resultaram em colheitas significativamente reduzidas, afetando a oferta global e elevando os preços.
Estes fatores combinados resultaram num aumento de 70% no preço do arábica este ano. O robusta, outra variedade de café, também enfrenta escassez, com as exportações vietnamitas a caírem 29,3% em julho, em comparação com o ano anterior.
Pressão sobre os preços
A escassez de oferta está a ser sentida ao longo de toda a cadeia de abastecimento, levando as empresas a aumentar os preços e a reduzir o tamanho das embalagens para mitigar os custos acrescidos dos grãos, aponta a Global Coffee Report.
Os analistas do Rabobank destacam que, além das preocupações com a produção brasileira nas safras de 2025 e 2026, há incertezas relacionadas à implementação do Regulamento de Desflorestação da União Europeia e possíveis tarifas comerciais nos Estados Unidos.
Outros países produtores, como a Colômbia, também enfrentam desafios devido a condições climáticas extremas, como o fenómeno El Niño.
Os especialistas indicam que, além das condições climáticas, fatores como a escassez de contentores e a congestão portuária, agravados por conflitos no Médio Oriente, contribuíram para o aumento dos custos de transporte, pressionando ainda mais os preços do café.
Com a procura global em ascensão, especialmente em mercados emergentes como a China, e a oferta limitada devido às adversidades climáticas, espera-se que os preços do café se mantenham elevados no curto prazo, afetando consumidores e retalhistas em todo o mundo.