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Portugal é dos poucos países na Europa Ocidental que acredita ser governado pela vontade do povo. Esta é a opinião de 54% dos portugueses, de acordo com a mais recente sondagem global da Associação Gallup International (GIA), realizada pela Intercampus a nível nacional. A análise foi feita em 43 países nos vários continentes.
Os resultados do inquérito reforçam o sentimento de que o país é governado pela vontade do povo, prevalecendo a opinião e soberania dos cidadãos sobre os representantes que devem deter o poder legislativo. A grande maioria dos portugueses (85%) mantém também a confiança na democracia processual, considerando que o processo eleitoral dos membros do governo decorre de forma livre e justa, sem interferências e desvios.
Países como a China e os Estados Unidos, considerados duas grandes potências a nível mundial, destacam-se pela diferença percentual da opinião pública sobre a democracia nacional. Enquanto a maior parte dos inquiridos de nacionalidade chinesa (87%) afirma que são totalmente governados pela vontade do povo e que as eleições são livres e justas, com uma taxa de resposta de 90%, a população americana revela algum ceticismo em relação à democracia substantiva, com apenas 43% dos inquiridos a concordar que o país é governado pela sua vontade, ainda que a maior parte, 60%, apresente uma visão mais favorável sobre a qualidade do processo eleitoral.
Instabilidade geopolítica
No caso da Rússia, as opiniões dividem-se com apenas 34% dos inquiridos a afirmar ser governado pela vontade do povo. Estas respostas podem indiciar a atmosfera de incerteza geopolítica que se vive no país, com a sua participação, a longo prazo, em conflitos bélicos. Em contraste, a maioria dos russos (61%) sente que o processo eleitoral no seu país decorre de forma livre e justa.
“Num cenário marcado por forte instabilidade política e conflitos pelo poder legislativo, os resultados da sondagem global fornecem um índice de ‘democracia sentida’ fundamental para compreender a perceção real dos cidadãos sobre o seu sistema político e a transparência e legitimidade que devem ser inerentes ao processo eleitoral dos representantes governativos do seu país”, refere António Salvador, diretor geral da Intercampus.
A nível mundial, o cenário é semelhante a Portugal, com uma média global de 42% do total da amostra a afirmar que o seu país é governado pela vontade do povo e 59% a afirmar que confia na liberdade e justiça das eleições locais.
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