neutralidade de género
in

Portugal avança em direção à neutralidade de género, mas preferência por rapazes persiste

Oiça este artigo aqui:

Mais de metade dos portugueses (61%) considera irrelevante o género de um futuro filho. No entanto, Portugal destaca-se como um dos países da Europa Ocidental com maior preferência por filhos do sexo masculino. Esta é a opinião de 21% dos inquiridos nacionais, de acordo com a mais recente sondagem global da Associação Gallup International (GIA), realizada pela Intercampus a nível nacional, em 44 países nos vários continentes.

No mês em que se celebra a comunidade LGBTQUIA+, os resultados do inquérito reforçam que, embora exista um caminho percorrido em direção à neutralidade de género nas famílias, existem, ainda, traços culturais tradicionais que persistem. A análise regional à Europa Ocidental destaca-se por uma das visões mais igualitárias, com 68% do total da amostra a indicar que o género de um futuro filho é irrelevante e apenas 13% a referir que prefere um rapaz. Em contraste, Portugal apresenta um valor significativamente superior na preferência por filhos do sexo masculino (21%), que se aproxima de países como o Reino Unido (21%) e se afasta da média europeia.

A nível global, a grande maioria dos inquiridos (65%) afirma que o género é irrelevante. No entanto, os resultados variam amplamente entre países e regiões. A preferência por filhos do sexo masculino é mais pronunciada no Sul e Sudeste Asiático, com a Índia (39%) e as Filipinas (35%) entre os casos mais destacados. Já a preferência por raparigas é mais visível na Coreia do Sul (28%), no Japão (26%) e em Espanha (26%).

 

Maior equidade nas preferências

A educação e o rendimento revelam-se fatores determinantes nas respostas obtidas: quanto maior o nível de escolaridade e o rendimento dos países, maior a neutralidade de género. Em países com um rendimento elevado, apenas 14% dos respondentes preferem ter um rapaz, enquanto nos países de baixo rendimento este valor sobe para 19%.

O avanço da neutralidade de género nas decisões familiares é um indicador social relevante, sobretudo num momento em que as políticas públicas e os movimentos sociais têm vindo a desafiar os papéis tradicionais de género. Estes dados fornecem um importante retrato à escala internacional, fundamental para acompanhar e compreender esta evolução sociocultural”, refere António Salvador, diretor-geral da Intercampus.

Apesar das diferenças regionais registadas, o inquérito global aponta para uma mudança positiva no sentido de uma maior equidade nas preferências familiares. Os homens, ainda, manifestam uma maior preferência por rapazes (20%) do que as mulheres (12%), mas a maioria, em ambos os géneros, 66% no caso das mulheres e 64% dos homens, assume que o sexo da criança é irrelevante.

Siga-nos no:

Google News logo

Por Bárbara Sousa

I am a journalist and news editor with eight years of experience in
interviewing, researching, writing articles and PR editing/publishing.

Picowines

Picowines: três vinhos para o Verão

Fujifilm X half

Fujifilm lança nova câmara digital X half