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As marcas de fabricante foram responsáveis por 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de Espanha em 2023, mais do dobro do contributo das marcas da distribuição (3,3%). Os dados constam de um novo relatório da Promarca, a associação que representa os principais fabricantes de marcas de grande consumo no país.
Segundo o estudo, a contribuição direta das marcas de fabricante para o PIB espanhol foi de 2,05%, em contraste com 0,34% das marcas da distribuição. O impacto indireto e induzido associado à atividade destas empresas amplia ainda mais o seu peso na economia nacional.
Emprego, impostos e coesão social
O impacto positivo das marcas de fabricante vai além da dimensão económica direta. Estas empresas geraram 1,38 milhões de empregos em 2023, representando mais de 6% do total e 65% do emprego no sector dos bens de grande consumo (FMCG). As marcas da distribuição, em comparação, geraram 719 mil postos de trabalho, cerca de metade.
O estudo destaca ainda o papel social destas empresas. O emprego feminino aumentou 13% desde 2019, o jovem cresceu 38% no mesmo período e o número de empregos criados em zonas rurais aumentou 16%, contribuindo para a coesão territorial e combate à desertificação.
Contributo fiscal e inovação
As marcas de fabricante contribuíram também com mais de 13 mil milhões de euros anuais em impostos diretos e indiretos, o que representa entre 5% a 7% da receita fiscal total do Estado espanhol, mais do dobro do contributo fiscal das marcas da distribuição.
Em termos de investimento em investigação e desenvolvimento (I&D), a diferença é ainda mais acentuada. Apesar de uma ligeira redução nos últimos anos, as marcas de fabricante continuam a representar cerca de 90% do investimento total em I&D no sector, com 520 milhões de euros investidos em 2023, o que equivale a oito vezes mais do que o realizado pelas marcas da distribuição.
Valor acrescentado em queda
Apesar da importância económica das marcas de fabricante, o relatório destaca um sinal de alerta: o valor acrescentado por cada euro gasto em hipermercados e supermercados está em queda. Em 2019, cada euro gasto gerava 21cêntimos de valor acrescentado; em 2023, esse valor caiu para 19 cêntimos, uma descida atribuída ao aumento da quota de mercado das marcas próprias.