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Nestlé oferece incentivos monetários aos produtores de cacau na tentativa de combater o trabalho infantil

Planeia introduzir produtos com cacau provenientes deste programa, a começar pelo KitKat em 2023

Foto Richard Juilliart/Shutterstock

A Nestlé anunciou um novo programa para combater os riscos de trabalho infantil na produção de cacau na África Ocidental. Um dos elementos é um programa de aceleração de rendimentos, que pagará um incentivo monetário às famílias produtoras de cacau para atividades como a inscrição de crianças na escola.

A Nestlé acredita que o seu novo programa de aceleração de rendimentos oferece uma “nova abordagem” para ajudar os agricultores e as suas famílias. “Os incentivos conduzirão a comportamentos e práticas agrícolas que se destinam a construir uma resiliência social e económica, ao longo do tempo“, alega a multinacional suíça. “Com a nova abordagem da Nestlé, as famílias produtoras de cacau serão agora recompensadas não só pela quantidade e qualidade dos grãos de cacau que produzem, mas também pelos benefícios que proporcionam ao ambiente e às comunidades locais. Estes incentivos estão em cima do prémio introduzido pelos governos da Costa do Marfim e Gana que a Nestlé paga e os prémios que a Nestlé oferece para o cacau certificado“.

 

Transformar o sourcing de cacau

A empresa indica que o seu novo plano também apoia o trabalho na transformação do seu fornecimento global de cacau, para alcançar a rastreabilidade completa dos produtos. Nesse sentido, a Nestlé planeia investir um total 1,26 mil milhões de euros, até 2030, nos esforços de sustentabilidade.

O nosso objetivo é ter um impacto adicional tangível e positivo num número crescente de famílias produtoras de cacau, especialmente em áreas onde a pobreza é generalizada e os recursos são escassos, e ajudar a colmatar o fosso de rendimento que enfrentam ao longo do tempo. Com base nos nossos esforços de longa data para obter o cacau de forma sustentável, continuaremos a ajudar as crianças a irem à escola, a capacitar as mulheres, a melhorar os métodos agrícolas e a facilitar os recursos financeiros. Acreditamos que, juntamente com governos, organizações não governamentais e outros stakeholders da indústria do cacau, podemos ajudar a melhorar a vida das famílias produtoras e dar às crianças a oportunidade de aprender e crescer no ambiente seguro e saudável que merecem“, afirma Mark Schneider, CEO da Nestlé.

 

Programa

O programa recompensa práticas que aumentam a produtividade das culturas e ajudam a garantir fontes de rendimento adicionais, através do cultivo de outras culturas, criando gado, promovendo a apicultura ou transformando outros produtos, como a mandioca.  Oferece também incentivos financeiros para o cônjuge do agricultor, que é normalmente responsável pelas despesas domésticas. A Nestlé sugere que, dividindo os pagamentos entre o agricultor e o cônjuge, o programa ajuda a capacitar as mulheres e a melhorar a igualdade de género.

A Nestlé disse que o plano se baseia num piloto realizado, em 2020, junto de mil agricultores na Costa do Marfim. Em 2022, vai alargar o programa para incluir 10 mil famílias no país, antes de o estender ao Gana, em 2024. Avaliará, então, os resultados dessa fase de teste, antes de se expandir para todas as famílias produtoras de cacau na sua cadeia global de fornecimento de cacau, até 2030.

A empresa planeia introduzir uma gama de produtos com cacau proveniente deste programa, começando com uma seleção de produtos KitKat, em 2023.

Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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