Juan Roig e membros do Comité de Direção da Mercadona após a realização da Conferência de Imprensa 2022.
Juan Roig e os membros do Comité de Direção da Mercadona
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Mercadona perspetiva atingir “break-even” em Portugal em 2024

Vendas no mercado nacional atingem os 737 milhões de euros

Em Portugal, a Mercadona ainda apresenta resultados negativos em 50 milhões de euros (uma melhoria face aos 64 milhões de euros de 2021), mas espera já no próximo ano alcançar o break-even ou ficar muito próximo disso.

Assim adiantou Juan Roig, presidente da empresa, que apresentou esta terça-feira, dia 14 de março, os seus resultados referentes ao exercício passado. “Estamos muito satisfeitos com Portugal. Está a correr-nos muito bem. Somos cada vez mais portugueses. Acreditamos que em 2024 vamos chegar ao equilíbrio ou ficar muito perto disso. A partir daí, teremos feito o mais difícil, o que nos demorou muito tempo e deu muitíssimo trabalho”.

Em 2022, a Mercadona registou vendas no valor de 737 milhões de euros, no mercado português (onde conta com 39 lojas), mais 77,6% face a 2021, ano em que reportou 415 milhões de euros, então com 29 lojas. Este valor representa 2,37% do total da faturação, que cresceu, em termos consolidados em superfície constante, 11%, para os 31.041 milhões de euros.

A Mercadona alcançou, ainda, um lucro líquido de 718 milhões de euros, mais 5% do que em 2021, e manteve a sua política de partilhar os lucros com os colaboradores, aumentando em 8% o valor distribuído, para os 405 milhões de euros.

O impacto do aumento dos preços de custo reduziu a margem da empresa em 0,6 pontos e colocou a rentabilidade num dos valores mais baixos da sua história: 0,025 euros de lucro por cada euro vendido. Para minimizar o impacto da inflação nos preços de venda ao público, a empresa implementou medidas para reduzir custos e multiplicar a eficiência, o que lhe permitiu melhorar a produtividade em 7% face a 2021. Exemplos disso são o desenvolvimento do DPP, uma ferramenta que representou um investimento de cinco milhões de euros, e que permite saber exatamente os custos inerentes a cada produto, em cada um dos seus processos, bem como a sua rentabilidade.

 

“Depois de Portugal, Portugal”

O reinvestimento dos lucros permitiu alocar 923 milhões de euros a um novo esforço de investimento, dos quais 140 milhões de euros foram direcionados a Portugal, no ano passado. Em 2023, a empresa duplicará a aposta no mercado português para 280 milhões de euros, de um total de 1.100 milhões de euros previstos para continuar a impulsionar o seu plano estratégico.

Este montante destinado ao mercado nacional será direcionado à abertura de lojas, estando previstas mais 10, e à construção do futuro Bloco Logístico de Almeirim. Com a abertura desta infraestrutura, a maior da cadeia em toda a Península Ibérica, que deverá acontecer em 2024, a Mercadona abordará a expansão na região centro e em Lisboa e, dentro de dois anos, o sul do país.

Juan Roig não escondeu a ambição de abrir mais lojas em Portugal, necessitando, para isso, do reforço logístico, assim como de superar o “desafio da promoção interna” dos recursos humanos, dado que a operação portuguesa ainda só têm três anos.

Questionado sobre quais os planos em termos de expansão internacional, Juan Roig foi taxativo ao afirmar que, “depois de Portugal, virá Portugal. Temos de ser uma empresa cada vez mais portuguesa, ter cada vez mais fornecedores portugueses e conhecer cada vez melhor Portugal”, descartando qualquer “obsessão em colocar bandeirinhas no mapa” e reiterando que, nos próximos dois a três anos, não será abordado mais nenhum mercado internacional.

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