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Mercado global de bens desportivos deverá crescer entre 8% a 10% ao ano até 2025

Foto Shutterstock

O mercado global de artigos e equipamentos desportivos poderá crescer entre 8% a 10%, anualmente, nos próximos quatro anos, atingindo os 395 mil milhões de euros, em 2025, de acordo com as conclusões do relatório “Sporting Goods 2022 – The New Normal is Here” da World Federation of the Sporting Goods Industry (WFSGI) e da McKinsey & Company.

O relatório aponta cinco tendências que marcarão a indústria, este ano, e que vão desde o impulso no crescimento digital, a aceleração da sustentabilidade, a evolução para o social commerce, a reconfiguração dos canais de distribuição e o imperativo de criar novas estratégias na cadeia de abastecimento.

 

2021

De acordo com a análise, em 2021, a indústria global de bens desportivos conseguiu regressar aos níveis de crescimento anteriores à Covid-19 e registou receitas de 295 mil milhões de euros. Uma recuperação impulsionada pelo aumento do consumo de artigos desportivos na China, mais 23% em comparação com 2020, e nos Estados Unidos, com um aumento de 5%.

Além disso, o crescimento anual de 14%, em 2021, duplicou a taxa média de crescimento anual (AAGR) registada entre 2015 e 2019 (5%).

A nível mundial, “as empresas do sector dos artigos desportivos tiraram partido dos ventos favoráveis, que começaram já em 2020 e aceleraram à medida que a economia global começava a recuperar. No entanto, embora o crescimento tenha regressado em 2021, o jogo alterou-se e o sector está a enfrentar desde mudanças a nível de padrões de consumo, passando pela rutura da cadeia de abastecimento até uma transformação do seu ecossistema de distribuição“, refere Ignacio Marcos, sócio sénior da McKinsey & Company na Península Ibérica.

De acordo com a análise, salvo algumas exceções, a maioria das empresas de bens desportivos registou vendas mais baixas e margens mais apertadas, no início da pandemia, no ano de 2020.

Em relação à desigualdade no desempenho, antes da Covid-19, a maioria das empresas analisadas tinha margens EBIT de 8% a 15% e um crescimento anual de vendas de 5% a 10%. Em 2020, apenas uma reduzida parte das empresas especializadas conseguiu superar a média, com margens e vendas superiores a 15%.

Mesmo assim, a desaceleração durante o ano pandémico não afetou os resultados e a maioria das empresas de artigos desportivos continuou a registar lucros acima da média.

 

Previsões para 2022

Cerca de 45% das vendas do sector provém já de canais digitais e mais de 80% dos consumidores utiliza o online na procura de produtos. O social commerce e o metaverso estão a entrar no sector desportivo, procurando reforçar ainda mais o modelo DTC (direct to consumer). A sustentabilidade ganha terreno na consciência do consumidor e torna-se um dos fatores decisivos de compra

É provável que, nos próximos 12 meses, continuem as tendências de crescimento observadas em 2021, apesar da incerteza sobre o futuro da pandemia e o regresso das restrições de mobilidade. “A procura de novas fontes de crescimento deverá ser, sempre que possível, uma prioridade para os executivos do sector, com os olhos postos na sustentabilidade, digitalização e maior eficiência nas operações“, acrescenta Ignacio Marcos.

Em 2022, os cinco temas chave que ocuparão um lugar de destaque nas agendas dos executivos do sector serão as mudanças no comportamento dos consumidores, o social commerce, a sustentabilidade, a mudança no ecossistema de canais e a rutura na cadeia de abastecimento.

 

Mudanças no comportamento dos consumidores

Os consumidores estarão ativos de diferentes maneiras, destacando uma maior consciência sobre a saúde e um maior compromisso com o exercício, especialmente graças ao crescimento do canal digital. As gerações e os consumidores mais jovens da Índia, China e Estados Unidos são mais otimistas e os artigos desportivos são uma das categorias em que preveem aumentar os gastos.

Entre 70% a 85% dos consumidores espera continuar a utilizar o canal online para o entretenimento e bem-estar.

 

Social commerce

O “boom” das redes sociais continua a crescer, com os influenciadores e as comunidades digitais a impulsionarem uma ligação mais próxima com o comércio. Mais de 80% dos consumidores utiliza canais online para pesquisar produtos.

A tendência de “livestreaming”, estabelecida pela primeira vez na Ásia, continuará a ganhar ímpeto em todo o mundo. O metaverso também está a entrar no campo do desporto.

 

Sustentabilidade

A Covid-19 e a COP26 levaram a uma maior consciência da sustentabilidade. Dois em cada três consumidores afirmam que a promoção da sustentabilidade é um fator de compra importante, na hora de adquirir produtos têxteis. À medida que aumentam as expectativas, é esperado que as empresas se foquem, ainda mais, em materiais sustentáveis, modelos de negócios circulares e em ajudar os consumidores a tomar decisões que reflitam os seus valores.

 

Mudanças no ecossistema de canais

Em 2021, as empresas aceleraram as suas iniciativas para modelos de contacto direto com o cliente (direct to consumer), parcerias digitais e estratégicas com os revendedores. Cerca de 45% das vendas foram realizadas através de canais online. Olhando para o futuro, alguns irão dar prioridade ao modelo DTC (novos “players”), enquanto as grandes marcas se concentrarão na experiência e serviço de uma oferta multicanal nos seus pontos de venda físicos.

 

Rutura da cadeia de abastecimento

A volatilidade da procura, os “bottleneck” nas cadeias de produção, o aumento dos custos de matérias-primas e transporte e o bloqueio logístico estão a causar perturbações nas cadeias de abastecimento globais.

Ao mesmo tempo, o aumento da atividade online criou maiores expectativas para uma entrega mais rápida e mais conveniente. As empresas do sector podem querer rever estrategicamente as suas cadeias de abastecimento para se prepararem melhor para um futuro incerto.

 

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