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Marcas com papel fundamental no fortalecimento do tecido social

Foto Shutterstock

A falta de confiança nas instituições e organizações tem sido instalada na ideologia dos cidadãos que, face à crise e falta de liderança, vê as figuras públicas ou privadas de forma negativa, o que se traduz em sociedades polarizadas, onde a estabilidade é uma questão passageira. Estes são grandes desafios que o mundo dos negócios enfrenta com preocupação, de acordo com o Barómetro de Confiança preparado anualmente pela Edelman.

A investigação relativa a 2023 foi realizada entre 1 e 28 de novembro. A amostra é de 32 mil perfis recolhidos em 28 países.

Em termos gerais, o descrédito governamental posiciona o ambiente corporativo como o único capaz de desenhar um futuro mais ético. Do total de inquiridos, 53% diz que os seus países estão mais divididos do que no passado.

A Argentina lidera a lista dos países mais polarizados. Cruzam também a linha do que Edelman considera como países severamente polarizados os Estados Unidos da América, a Colômbia, a África do Sul e a Suíça, enquanto o Brasil, a Coreia do Sul, o México, a França, o Reino Unido, o Japão, a Holanda, a Itália ou a Alemanha estão em sério risco de polarização.

 

Divisão é tendência ascendente

Além disso, a divisão é uma tendência ascendente, de acordo com os inquiridos. 53% acredita que o fosso tem crescido. Os fatores mais divisivos são a riqueza e o poder, seguidos da hostilidade para com outros países ou governos, que superam a suspeita com que se veem os próprios líderes do governo, bem como os jornalistas.

Estas tensões levaram à ascensão do populismo, que tira partido do colapso da confiança dos consumidores. As pessoas estão agora mais preocupadas do que nunca com o seu futuro económico e apenas 40% dos participantes na investigação acredita que estará melhor dentro de cinco anos, uma redução até 10 pontos percentuais em relação às respostas de 2022.

Além disso, a polarização está a conduzir a uma desconfiança que se traduz em comportamentos discriminatórios, no dia-a-dia. Assim, a ideologia torna-se identidade e cada vez são menos os que ajudariam, viveriam ou trabalhariam com pessoas que estejam no espetro contrário ao seu.

 

Consumo

De acordo com a pesquisa da Edelman, até 63% dos consumidores compra ou defende marcas baseadas nas suas crenças e valores, embora esta seja uma espada de dois gumes em sociedades polarizadas. Não há qualquer propósito de consenso e, muitas vezes, uma corrente de pensamento, que se presume ser a da maioria, pode ser contraproducente para os objetivos empresariais.

Algo semelhante acontece com o mercado de trabalho. Até 69% dos participantes no estudo diz que a sua predisposição para fazer parte de uma empresa depende de fatores como o negócio refletir aos seus valores, a empresa abordar problemas sociais, parar certas práticas se os colaboradores se opuserem ou o CEO aborda temas controversos que preocupam.

Este posicionamento, exigido tanto pelos consumidores como pelos trabalhadores, acelera o que Edelman considera um risco de politização.

Neste contexto de descrédito económico e social, os CEOs foram inquiridos sobre o que devem fazer para melhorar esta situação. 84% da amostra acredita que o mais importante é pagar salários justos. Em termos de propósito, as marcas têm um papel fundamental no fortalecimento do tecido social.

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