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Mais confiança e mais consumo no 1.º trimestre

Ana Paula Barbosa

O clima continua positivo em Portugal e os portugueses estão confiantes e disponíveis para gastar. A saúde, o lazer e o bem-estar fazem agora parte das suas preocupações e tudo aponta para um cenário de crescimento nos bens de grande consumo. Foi exatamente isso que aconteceu no primeiro trimestre, de acordo com os estudos “Índice de Confiança” e “Growth Reporter” da Nielsen.

Portugal regista um índice de confiança de 91 pontos, um dos mais altos de sempre. Invertendo o seu histórico pessimismo, os portugueses revelam agora um nível de otimismo superior ao registado na média europeia (83 pontos), ultrapassando países como Espanha (88), França (72) e Itália (68).

A saúde e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional assumem carácter prioritário entre os consumidores. Estas duas preocupações são ambas apontadas por 28% dos inquiridos, deixando a quase dez pontos percentuais o emprego, o aumento das contas a pagar ou a economia. Num país cada vez mais envelhecido, entra no top de preocupações o bem-estar e a felicidade dos pais.

Após pagarem as suas despesas habituais, são cada vez menos os portugueses que dizem que não lhes sobra dinheiro, apesar de ainda representarem um quinto da população. Do dinheiro que lhes resta, são cada vez mais aqueles que gastam em entretenimento fora de casa, férias ou viagens. No entanto, os portugueses voltam a apontar a poupança como principal prioridade (50%).

Nos períodos anteriores, a Nielsen tinha vindo a observar uma estabilização do crescimento em volumes, ou seja, o consumo propriamente dito não estava a aumentar, verificando-se apenas aumentos em valor. No entanto, r no primeiro trimestre, registou-se um crescimento de 1,6% em volume, contrariamente até àquilo que se passa na Europa, onde os volumes recuaram 0,5%.

Também em valor Portugal se destaca relativamente à média europeia, fazendo parte do top 10 dos países que mais crescem neste indicador, com 3,1% (2,4% na Europa).

No total, os bens de grande consumo atingiram perto de dois mil milhões de euros neste período. Também o efeito-preço cresceu 1,5%, comprovando que os portugueses estão a comprar mais e a preços mais elevados.

Neste primeiro trimestre, as bebidas foram a categoria mais dinâmica, com as alcoólicas a crescer 10% e as não alcoólicas 9%, num período em que se registaram temperaturas superiores às verificadas em 2018, contribuindo para um maior crescimento da categoria. É de salientar também que, nesta análise, o período correspondente ao primeiro trimestre inclui o dia 31 de dezembro de 2018, ao contrário daquilo que aconteceu no ano anterior, contribuindo este facto para um maior dinamismo das bebidas alcoólicas, assim como da alimentação, que ganham destaque nestes períodos.

No total dos bens de grande consumo, foram as marcas de fabricante (4,4%) que mais se destacaram face às marcas da distribuição (0,6%).

 

Como será o resto do ano?

O aumento do nível de confiança dos consumidores portugueses e a sua atenção para o bem-estar, a saúde e o lazer são sinais de uma mudança que já aconteceu. Os portugueses estão mais positivos, têm mais dinheiro disponível, e querem gastá-lo em algo que lhes traga algum tipo de benefício. Após um período de alguma estabilização em volumes e crescimento em valor, assistimos agora a crescimentos em ambas as partes: neste trimestre, os consumidores compraram mais e também gastaram mais. Para o resto do ano, e tendo em conta que não se têm verificado aumentos na população, não se esperam aumentos muito significativos nos volumes. No entanto, identificamos muitas oportunidades de crescimento nas categorias de valor acrescentado, que trarão certamente mais espaço para crescimentos em valor”, comenta Ana Paula Barbosa, Retailer Services Director da Nielsen Portugal.

Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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