A Jerónimo Martins reportou uma queda de 30,7% no lucro líquido do primeiro trimestre. A descida de dois dígitos no lucro líquido é atribuída pela empresa à dotação inicial de 40 milhões de euros para a criação da sua nova fundação. Excluídos os outros ganhos e perdas de natureza não recorrente, o resultado líquido está “em linha com o mesmo trimestre do ano anterior”.
A Jerónimo Martins registou um lucro líquido consolidado de 97 milhões de euros, que compara com os140 milhões de euros no mesmo trimestre do ano passado. Em contrapartida, as vendas consolidadas aumentaram 18,6% para cerca de 8,1 mil milhões de euros.
“Liderança de preço”
“Entrámos em 2024 conscientes de que a conjugação da deflação alimentar com a inflação nos custos iria intensificar o ambiente concorrencial nos diferentes mercados, em especial na Polónia. Mantivemos, por isso, um foco inabalável na liderança de preço como forma de continuar a crescer volumes e a reforçar as nossas posições competitivas”, diz o presidente e administrador-delegado, Pedro Soares dos Santos. A estratégia levou “todas as insígnias do grupo a entregarem, nos primeiros três meses do ano, crescimentos de vendas na mesma base de lojas e para além do efeito positivo do calendário, apesar da inflação negativa ou nula registada nos respetivos cabazes”, afirma ainda.
A Jerónimo Martins indica que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentou 13,9%, para 508 milhões de euros. Para tal ajudou o crescimento das vendas. A margem de EBITDA fixou-se nos 6,3%, reduzindo 26 pontos base face ao mesmo trimestre do ano passado. Os custos operacionais agravaram 18% e alcançaram 1.142 milhões de euros.
No final do mês de março, a dívida líquida da Jerónimo Martins era de 2.583 milhões de euros, um aumento face aos 2.097 milhões registados a 31 de dezembro de 2023.
“Mercado mais promocional do que nunca”
Descrevendo um “mercado mais promocional do que nunca” e marcado pelo “notório reforço da comunicação centrada no fator preço”, a Jerónimo Martins indica que, na Polónia, as vendas da Biedronka, em moeda local, cresceram 9,3%, com um “like for like” (LFL) de 4,6%. Em euros, as vendas atingiram os 5,8 mil milhões, mais 18,8% do que no primeiro trimestre de 2023.
Já a Hebe viu as vendas crescerem, em euros, quase 40%, para 130 milhões de euros.
Em Portugal, o Pingo Doce também “manteve uma intensa estratégia promocional e registou um robusto crescimento das vendas”, impulsionado pela categoria de “meal solutions”. “O bom progresso dos volumes e o efeito positivo de calendário mais do que compensaram a deflação registada no cabaz”. Assim, as vendas subiram 8,3%, para 1,2 mil milhões de euros, com um LFL de 9,5%, excluindo combustível.
O Recheio, por sua vez, registou um crescimento de 2,7% para 303 milhões de euros.
Na Colômbia, em moeda local, as vendas da Ara cresceram 20%, com um LFL de 5,8%. Em euros, atingiram 711 milhões, num crescimento de quase 44%.