Lisboa é a quarta cidade mais apelativa para os operadores hoteleiros. Esta é uma das conclusões do estudo “Hotel Operator Beat”, desenvolvido pela Cushman & Wakefield Hospitality para a Península Ibérica, relativo ao primeiro semestre.
Para a elaboração do relatório, foram entrevistados 42 diretores de empresas hoteleiras que representam mais de 1.100 hotéis na Península Ibérica. De acordo com os dados do estudo, o mercado hoteleiro urbano de Málaga é o mais atrativo da Península Ibérica (4,3 em 5), seguido de Madrid (4,2), Barcelona (4) e Lisboa (3,9).
As duas cidades que mais cresceram em termos de atratividade para os operadores, em relação ao ano passado, foram Andorra e San Sebastián, ambas com mais 7%, embora o total de San Sebastián (3,7) seja consideravelmente superior ao de Andorra (2,5).
Gonçalo Garcia, Head of Hospitality, Cushman & Wakefield Portugal, comenta que “os resultados obtidos confirmam, sobretudo, a apetência da Península Ibérica para a prática do turismo, consagrando-se na vontade de operadores e investidores em aumentarem a sua exposição aos diferentes mercados. A diversidade de oferta de lazer, de resort e urbana complementae cria vantagens competitivas face a outros destinos turísticos.”
No que diz respeito aos destinos de férias, as respostas revelam um grande interesse pelos destinos de sol e mar, com Maiorca a liderar o ranking. O Algarve, enquanto destino de sol e mar por excelência, enquadra-se no patamar de interesse com Tenerife, Gran Canária e Costa Brava. As ilhas espanholas reuniram a preferência dos operadores para destinos de resort.
33% dos operadores está a oferecer mais contratos híbridos
A pandemia acelerou a tendência internacional para contratos de arrendamento com ponderação variável, o que reduz o risco para os inquilinos e aumenta as hipóteses de rendas mais elevadas para os proprietários.
Especificamente, 33% dos operadores entrevistados está a oferecer mais contratos híbridos. O número de contratos de arrendamento variável também aumentou 31%, enquanto o contrato fixo, que era o mais tradicional, apenas cresceu 7%.
Critérios ambientais rigorosos
O relatório questionou os operadores sobre o peso dos critérios ESG nas suas estratégias de desenvolvimento hoteleiro. Os resultados mostram que 65% dos inquiridos estaria disposto a considerar a possibilidade de abdicar das remunerações de serviços de acompanhamento técnico se o imóvel cumprisse os mais elevados critérios ambientais e 56% consideraria mesmo a possibilidade de oferecer rendas mais elevadas neste caso.
O sector está também a considerar a possibilidade de reduzir as taxas ou de aumentar o “key money” para incentivar a gestão ESG.
Projetos recuperam o ritmo previsto após pausa pandémica
36% dos inquiridos não regista qualquer atraso no desenvolvimento de novos projetos hoteleiros. Este facto demonstra a recuperação da atividade na Península Ibérica, uma vez que a maioria dos projetos foi interrompida ou sofreu atrasos significativos durante a pandemia.
Quando questionados sobre as razões para os atrasos ou cancelamentos de novos projetos hoteleiros, 62% dos inquiridos afirmou que tal se devia ao aumento dos custos do projeto. As dificuldades de financiamento ou a incerteza económica, em 45% e 38% dos casos, foram outras razões apontadas para estes atrasos.