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Jovens portugueses sentem-se financeiramente inseguros, stressados e estão apreensivos com o futuro

Os jovens portugueses da Geração Z e Millennials sentem-se financeiramente inseguros, sofrem com níveis de stress alto e confessam estar apreensivos quanto à reforma quando terminarem a carreira profissional. Estas são algumas das conclusões do estudo “Gen Z and Millennial Survey 2022” da Deloitte, uma pesquisa global que, este ano, conta com uma análise à situação específica de Portugal.

O estudo, que se baseia num inquérito a 400 jovens portugueses (200 da Geração Z e 200 Millennials), e que a nível global chegou aos 23.220 inquiridos (14.808 da Geração Z e 8.412 Millennials) de 46 países, conclui que 61% dos Gen Z nacionais não se sente seguro financeiramente. Menos do que os Millennials, cuja percentagem de insegurança se situa nos 65%, o que compara com os 40% e 46%, respetivamente, no total dos restantes países analisados.

Os números são ainda mais expressivos quando se fala de reforma no final da carreira profissional. Apenas 27% dos Gen Z e 33% dos Millennials se sentem seguros em Portugal relativamente à sua reforma, números abaixo dos 41% registados nas duas categorias a nível global.

Nuno Carvalho, partner da Deloitte destaca que “o atual contexto mundial conduziu a um clima generalizado de apreensão com o futuro, a que os Millennials e Geração Z não são alheios. Os efeitos da pandemia e, mais recentemente, da guerra na Ucrânia têm levado as gerações mais novas a reavaliarem o que é prioritário, contrariamente a algumas das conclusões em edições anteriores. Temas como a flexibilidade no trabalho, o stress ou mesmo a reforma estão agora no topo das prioridades destas gerações e devem ser tidos em consideração pela sociedade e pelas empresas”.

O stress é outra das marcas das gerações mais novas em Portugal. Cerca de 53% de Gen Z e 39% de Millennials garantem sentir-se ansiosos ou stressados, na maior parte do tempo (46% e 38%, respetivamente, a nível global). As causas apontadas pelos entrevistados para se sentirem ansiosos ou stressados são futuro financeiro a longo prazo (Gen Z da 54% e Millenials 43%), as preocupações relacionadas com a saúde mental (44 e |35%), a carga laboral (43% e 34%), a família/relações pessoais (41% e 30%) e as finanças do dia-a-dia (41% e 35%).

No local de trabalho, a percentagem dos jovens que não se sentiria à vontade para falar abertamente com o seu gestor direto sobre o facto de se sentirem stressados ou ansiosos ou sobre outros desafios de saúde mental chega aos 37% na Geração Z e a 35% no caso dos Millennials.

 

Top 5 das preocupações

No topo das cinco principais preocupações apontadas pelos jovens portugueses está o custo de vida tanto para a Geração Z (34%) como para os Millennials (46%). Mas a coincidência mantém-se no segundo fator de preocupação: as alterações climáticas/proteção do ambiente, com 32% para os dois grupos etários.

Nos restantes fatores há variações com a Gen Z a preocupar-se com a saúde mental (27%), seguida do desemprego (19%) e da escassez de recursos (17%). Nos Millennials, a desigualdade de rendimento/distribuição de riqueza  (25%), o desemprego (23%) e saúde/prevenção de doenças (17%) completam o top 5 das preocupações.

Relativamente à progressão de carreira, os Gen Z demonstram ter mais vontade de mudar de trabalho do que os Millennials. Segundo o estudo, 29% dos Gen Z pretende sair do seu atual trabalho dentro de dois anos e 20% pretende mudar dentro de cinco anos. Nos Millennials, 27% quer sair daqui a dois anos e 28% daqui a cinco anos. Cerca de 36% dos Gen Z e 23% dos Millennials afirmam que abandonam o seu empregador mesmo se não tiverem outro trabalho garantido para onde mudar.

 

Formas de trabalhar

Com a pandemia e a entrada em cena de diferentes padrões e formas de trabalhar, segundo este estudo da Deloitte, 16% dos Gen Z trabalha remotamente, 24% de forma híbrida e 54% sempre a partir do escritório do seu empregador. Nos Millennials, os valores são semelhantes: 18% trabalha remotamente, 25% híbrido e 53% totalmente presencial.

Mas estes dados não estão totalmente alinhados com os desejos dos jovens trabalhadores portugueses ,com uma larga maioria da Gen Z a querer formas híbridas de trabalho (72%) e com remoto (8%) ou presencial (14%). Nos Millennials, a dispersão é semelhante, com uma larga maioria (64%) a preferir o modelo híbrido e o remoto (19%) e o presencial (12%) em minoria nas preferências dos jovens trabalhadores portugueses.

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