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Investimento em startups portuguesas sobe 148% e ultrapassa os 500 milhões de euros em 2024

Relatório da Armilar destaca retoma do ecossistema após dois anos de quebra

Foto Shutterstock

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O ecossistema de startups em Portugal deu sinais claros de recuperação em 2024, depois de dois anos consecutivos de retração. De acordo com o “Portuguese Startup Scene Report 2024”, elaborado pela Armilar Venture Partners, o número de rondas de investimento anunciadas cresceu 24% face a 2023 e o volume total investido disparou 148%, ultrapassando os 500 milhões de euros.

Este crescimento reflete o novo ciclo de otimismo nos mercados tecnológicos globais, impulsionado pela popularização da inteligência artificial generativa, pela melhoria das condições monetárias na Europa e Estados Unidos e pelo regresso, ainda que cauteloso, dos investidores internacionais ao mercado português.

A participação de investidores internacionais também se intensificou, tendo estado presentes em 43 rondas de financiamento, das quais 16 foram exclusivamente protagonizadas por capitais estrangeiros e 27 em regime de co-investimento com fundos nacionais. No total, foram captados 128 milhões de euros em capital internacional para startups portuguesas.

Em paralelo, os fundos nacionais registaram um desempenho histórico, com um recorde de 148 milhões de euros investidos sem qualquer envolvimento de parceiros estrangeiros, reforçando o papel central do capital de risco português na retoma do sector.

 

Quem está a investir?

O relatório sublinha o papel crescente de novos atores no ecossistema, como firmas nacionais de private equity que, tradicionalmente orientadas para outros ativos (imobiliário, reestruturação ou buyouts), estão agora a entrar no capital de risco, apoiadas por incentivos como o SIFIDE ou linhas do Banco Português de Fomento. Estas entidades participaram em 53% das rondas anunciadas em 2024, representando 76% do capital total investido no país.

Apesar do dinamismo, a Armilar alerta para o risco de “crescimento artificial” em alguns casos, dado que startups que angariaram grandes rondas a avaliações inflacionadas poderão enfrentar dificuldades em novas captações se não mantiverem taxas de crescimento elevadas.

Por outro lado, equipas com capacidade de execução, soluções diferenciadoras e visão global continuarão a atrair capital e a transformar-se em casos de sucesso à escala internacional.

“Portugal continua a produzir startups inovadoras lideradas por fundadores brilhantes. E embora ainda faltem novas histórias de sucesso (‘exits’) de grande escala, acreditamos que é uma questão de tempo até surgir a próxima geração de líderes de mercado”, refere a Armilar.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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