A subida dos preços dos alimentos levou a inflação dos preços no consumidor do Reino Unido a um máximo de 9,1%, em maio, a taxa mais alta do G7 e que sublinha a gravidade da crise do custo de vida no país.
A leitura subiu dos 9% em abril e correspondeu ao consenso de uma sondagem de economistas citados pela Reuters. O registo do Gabinete de Estatística Nacional mostra que a inflação de maio foi a mais alta, desde março de 1982, e é provável que continue a piorar.
A libra esterlina, uma das moedas mais fracas em relação ao dólar americano este ano, caiu abaixo dos 1,22 dólares, 0,6% abaixo no dia, mas recuperou posteriormente.
Alguns investidores consideram que o Reino Unido está em risco tanto de inflação persistentemente elevada como de recessão, refletindo a sua grande fatura energética importada e a fricção contínua relacionada com o Brexit, que podem prejudicar ainda mais os laços comerciais com a União Europeia. “Com as perspetivas económicas tão pouco claras, ninguém sabe quão elevada inflação poderá i, e por quanto tempo isto irá continuar, tornando os julgamentos de política fiscal e monetária particularmente difíceis“, disse Jack Leslie, economista sénior da Fundação Resolution.
A fundação sublinha que o impacto no custo de vida das famílias está a ser agravado pelo Brexit, com implicações prejudiciais a longo prazo para a produtividade e salários. A remuneração média não está a acompanhar a inflação e os sindicatos têm alertado para greves generalizadas nos próximos meses.
G7
A taxa de inflação britânica em maio foi mais elevada do que nos Estados Unidos, França, Alemanha e Itália.
O Banco de Inglaterra indica que é provável que a inflação se mantenha acima dos 9%, nos próximos meses, antes de atingir um pico ligeiramente acima dos 11% em outubro, quando as contas de energia das famílias deverão voltar a subir.
Os mercados financeiros mostram que as taxas de juro no Reino Unido estão em vias de subir acima dos 3% na viragem do ano.