De acordo com o mais recente Barómetro Netsonda, realizado junto de mil portugueses dos 18 aos 64 anos, pouco mais de metade (56%) dos indivíduos destas faixas etárias sente-se atualmente positiva com a sua vida.
Segundo este mesmo barómetro, que analisa o impacto da inflação e do aumento das taxas de juro nos comportamentos e hábitos de consumo, o aspeto da vida privada com que os portugueses se sentem mais negativos é a esfera económica-financeira (28% negativos, 36% positivos), seguido pelo emprego (20% negativos, 51% positivos).
Situação económico-financeira é negativa ou muito negativa
Esta perceção negativa quanto à situação económico-financeira dos portugueses está enquadrada num contexto de inflação dos produtos e aumentos de taxas de juro.
Atualmente, mais de metade (55%) dos portugueses diz ter alterado bastante ou totalmente os seus hábitos de consumo, enquanto 72% refere que a inflação alterou bastante ou totalmente o seu poder de compra/ rendimento disponível.
Poder de compra
As principais medidas tomadas por aqueles que sentiram uma maior perda no seu poder de compra foram ir menos vezes a restaurantes (72%), comprar menos roupa/ calçado/ acessórios (71%) e comprar mais produtos de marca própria (71%).
Mas houve grupos específicos a sentirem mais o impacto da subida dos preços e do efeito desta nos seus rendimentos disponíveis. O estudo da Netsonda avança que as mulheres, quem tem filhos, quem tem um rendimento mensal líquido do agregado familiar até dois mi l eurose quem tem crédito à habitação foram os que mais sentiram o impacto da inflação dos produtos no seu poder de compra.
Crédito à habitação
Mais de metade dos detentores de crédito à habitação com taxas variáveis indexadas à Euribor diz ter sentido um impacto muito negativo resultante da subida das taxas de juro, enquanto 39% sentiu apenas algum impacto negativo.
Para aqueles que sentiram um impacto muito negativo, a principal medida tomada foi a alteração de hábitos de consumo (55%), seguida por renegociar o crédito com o banco (21%) e por tirar o dinheiro do banco e investir noutros produtos financeiros, como certificados de aforro (17%).
Atualmente, doisem cada 10 portugueses dizem não conseguir poupar para nada, destacando-se aqueles que têm filhos (23%), que não estão profissionalmente ativos (29%) ou que têm crédito à habitação (23%).