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Indonésia proíbe exportações de óleo de palma

Foto Shutterstock

Líder mundial na produção de óleo de palma, a Indonésia prepara-se para proibir a sua exportação, para fazer face à escassez de óleo de cozinha do país. Outros óleos vegetais também são afetados por esta decisão.

A Indonésia tem vindo a registar uma escassez de óleo de palma refinado no seu mercado interno, desde o outono, com os produtores a favorecerem as exportações, a fim de aproveitarem os preços particularmente elevados. Mas a proibição decretada pelas autoridades indonésias corre o risco de impulsionar, ainda mais, os preços.

 

Consequências

De acordo com a GlobalData, a proibição de exportação de óleo de palma por parte da Indonésia poderá perturbar severamente as vendas das empresas de Fast Moving Consumer Goods (FMCG,) uma vez que 60% das pessoas em todo o mundo estão a ver o seu poder de compra reduzido.

Como os óleos vegetais alternativos tendem a ser mais caros, a proibição de exportação de óleo de palma da Indonésia irá acrescentar novos obstáculos para fabricantes globais como Mondelez e Unilever manterem os preços dos produtos baixos”, alerta Ramsey Baghdadi, analista na GlobalData. “Os consumidores continuam a ser sensíveis aos preços, uma vez que a incerteza económica se revela uma influência fundamental na sua tomada de decisão. De acordo com o inquérito da GlobalData, a maioria (60%) das pessoas em todo o mundo afirma estar extremamente ou bastante preocupada com as suas finanças pessoais. Os fabricantes terão de se concentrar em estratégias de promoção de preços para manter os preços baixos e manter uma boa relação com os clientes”.

 

Alternativas

Uma vez que fabricantes como Mondelez estabeleceram uma relação de longo prazo com o Governo indonésio para obter óleo de palma de forma responsável, esta proibição coloca-os de volta à estaca zero. Será necessário encontrar alternativas adequadas, cada uma delas com os seus próprios desafios. O óleo de colza, por exemplo, tem uma oferta limitada, que levou os seus preços a disparar.

As empresas de FMCG têm de ter cuidado na escolha de alternativas adequadas. Devido à escassez de óleo de girassol, em resultado do conflito Rússia-Ucrânia, muitas empresas estavam a regressar ao óleo de palma, pelo que a proibição da Indonésia representa mais um revés. Ao escolher o próximo fornecedor, a transparência será muito importante. A utilização de métodos inovadores, como o Blockchain para acompanhar o fornecimento de matérias-primas em tempo real, ajudará os consumidores a perceber onde é que o óleo vegetal é produzido e se é sustentável. Em última análise, a proibição terá um impacto severo na acessibilidade e na sustentabilidade dos fabricantes de FMCG, que terão de adaptar rapidamente as estratégias da cadeia de abastecimento para evitar o risco de diminuição das vendas“, conclui.

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