A Ikea criou e partilhou um mapa da sua oferta global de madeira, que mostra a origem e proveniência dos materiais de madeira utilizados no fabrico dos seus produtos.
A empresa caracteriza a iniciativa como um exercício de transparência, que “visa criar uma maior consciencialização dos consumidores sobre a abordagem para garantir práticas responsáveis de abastecimento de madeira”.
O mapa mostra os 45 mercados a partir dos quais os fornecedores produziram madeira, durante o ano fiscal de 2022 (1 de setembro de 2021 a agosto de 2022) e, entre outras coisas, inclui informação sobre espécies de madeira, as regiões de onde provém, volumes e como a Ikea trabalha para melhorar a gestão florestal em todos os mercados. “Ao tornarmo-nos mais transparentes sobre o nosso próprio uso de madeira, queremos dar o exemplo, bem como partilhar os nossos progressos, aprendizagens e desafios que enfrentamos ao longo do caminho”, afirma Ulf Johansson, global manager de fornecimento de madeira e silvicultura do Grupo Inter Ikea, em comunicado.
15% de madeira reciclada
As informações partilhadas indicam que a Ikea exige que os seus fornecedores utilizem madeira reciclada ou certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC) ou que a utilização de madeira feita durante o período especificado tenha atingido os 20 milhões de metros cúbicos.
75% da madeira utilizada pela Ikea correspondeu a madeira virgem ou reciclada utilizada para os produtos, enquanto 25% foi destinado a papel para produtos ou materiais indiretos (embalagem, comunicação, etc.). No entanto, neste momento, apenas 15% do total da madeira utilizada é reciclado.
Especificamente, 68% dos materiais à base de madeira utilizados nos produtos Ikea é de madeira composta, enquanto 32% corresponde à madeira maciça. O pinheiro (54%) é a principal espécie utilizada para madeira maciça, seguido da bétula (17%) e da faia (10%).
Polónia como principal fornecedor
No que diz respeito aos mercados fornecedores de madeira virgem dos produtos da empresa, a Polónia lidera a lista, com 28%. A Lituânia (10%) e a Suécia (9%) ocupam a segunda e terceira posições, respetivamente, com a China em quarto lugar (6%).
A percentagem destes países aumentou no último ano, em resultado do fim da colaboração da Ikea com a Rússia e a Bielorrússia, no âmbito da guerra na Ucrânia.
No total, a Europa (85%) é o maior mercado fornecedor de madeira para a Ikea, seguida da Ásia (11%) e da América do Sul (2%).
Juntamente com a informação partilhada, a empresa destaca o seu sistema de controlo de madeira e sublinha que garante que provém de fontes responsáveis. “Em nenhuma circunstância aceitamos madeira que não cumpra os nossos rigorosos requisitos. Ou seja, não obtemos madeira de, por exemplo, áreas de exploração ilegal, florestas de elevado valor de conservação que não estejam reservadas à exploração madeireira comercial, áreas com conflitos sociais relacionados com a floresta ou plantações de árvores geneticamente modificadas”, refere a Ikea, que conta com uma equipa de mais de 40 inspetores florestais e especialistas em fornecimento de madeira e silvicultura que trabalha em todo o mundo para monitorizar as operações na cadeia de abastecimento de madeira da empresa.
“As pessoas estão curiosas para saber mais sobre como trabalhamos. Além disso, o mundo está a reconhecer cada vez mais a importância das florestas para as pessoas e para o planeta. Acreditamos que uma maior transparência ajudará a apoiar o desenvolvimento de uma gestão florestal responsável a nível global”, reforça Ulf Johansson.
Negócio circular
A madeira é essencial para a Ikea se tornar um negócio circular, até 2030. “A madeira é um material fantástico, que é durável, renovável e reciclável, e essencial para a nossa transformação num negócio circular até 2030”, indica Fredrika Inger, CEO da Ikea Suécia. “A madeira também é importante para a nossa identidade de design e oferece fortemente as cinco dimensões do nosso design democrático”.
De acordo com a Reuters, a Ikea tem vindo a comprar e gerir florestas em vários países, através da Ingka Investments, o braço de investimento do Grupo Ingka, que detém a maioria das lojas da empresa. Embora a empresa argumente que a gestão florestal responsável ajudará a mitigar as alterações climáticas, ainda não inclui este negócio nas metas da agenda climática para 2030, devido às dificuldades na medição da captura e armazenamento de carbono.
