O aumento dos custos com a alimentação, que afetou as economias de todo o mundo, continua a impulsionar o crescimento das receitas da indústria alimentar global, empurrando-a para máximos históricos.
Em 2024, as pessoas em todo o mundo gastarão cerca de 9 biliões de dólares em alimentação, mais 600 mil milhões de dólares do que no ano passado e mais 2,5 biliões de dólares do que antes da pandemia de COVID-19. Prevê-se que este valor chocante cresça ainda mais no futuro.
De acordo com os dados apresentados pela Stocklytics.com, espera-se que a despesa alimentar global cresça 36% e atinja 12,4 biliões de dólares até 2029.
Gastos em alimentação por ano
A pandemia de COVID-19 e a inflação fizeram disparar os preços dos alimentos nos últimos cinco anos, com a inflação dos preços dos alimentos a tornar-se um novo grande problema a nível mundial.
Embora os preços dos alimentos tenham descido desde os picos registados em 2022, ainda se encontram em máximos históricos, continuando a ser um fardo para as famílias em todo o mundo.
Infelizmente, as hipóteses de se aproximarem dos níveis pré-pandémicos são quase nulas. De facto, o último inquérito da Statista mostra que os preços dos alimentos em todas as principais categorias continuarão a subir, empurrando as despesas anuais com alimentação para máximos históricos.
Entre 2019 e 2024, os gastos anuais com alimentos aumentaram em 38%, passando de 6,5 trilhões de dólares para 9 trilhões de dólares. Os anos seguintes trarão um crescimento de gastos praticamente idêntico. De acordo com a Statista, os consumidores de todo o mundo gastarão pouco mais de 9 biliões de dólares em alimentação em 2024, mais 7,6% do que no ano passado.
Até 2029, prevê-se que este valor aumente 36% e atinja 12,4 biliões de dólares, quase o dobro do valor registado em 2019.
Despesas alimentares globais aumentarão 36%
Embora os países de rendimento baixo e médio estejam a ser os mais afetados por esta tendência negativa, as principais economias também verão as suas despesas alimentares disparar. Por exemplo, o mercado chinês registará um aumento de 42% ao longo de cinco anos, com as suas despesas alimentares a subirem para 2,2 biliões de dólares. Os indianos gastarão 1,28 biliões de dólares em alimentos em 2029, ou seja, mais 44% do que este ano. Seguem-se os mercados dos EUA e do Japão, com um aumento muito menor de 20% e 10%, respetivamente.
O inquérito da Statista também revelou que o volume médio de alimentos per capita crescerá três vezes mais lentamente do que os preços dos alimentos. Enquanto as despesas alimentares globais aumentarão 36%, o volume médio de alimentos per capita aumentará 12% nos próximos cinco anos, passando de 339 quilogramas para 382 quilogramas.
Pão, óleo, peixe e marisco registarão o maior aumento no preço
Apesar de todas as categorias de alimentos registarem um crescimento de preços de dois dígitos nos próximos anos, existem ainda algumas diferenças entre as mesmas. De acordo com a Statista, o preço médio dos alimentos por unidade aumentará 16%, de 3,46 dólares em 2024 para mais de 4 dólares em 2029.
Os legumes também registarão um aumento de preço de 16% neste período, fazendo com que o preço por unidade salte para 2,24 dólares.
Outras grandes categorias de alimentos registarão um aumento ainda maior em cinco anos. Por exemplo, o custo médio por unidade de carne atingirá os 10,66 dólares em 2029, ou seja, mais 17% do que este ano.
As estatísticas mostram que o preço médio do pão aumentará 18%, para 2,35 dólares. A categoria do peixe e do marisco registará um aumento idêntico, fazendo com que o seu preço por unidade atinja mais de 21 dólares em 2029.
Os óleos e gorduras continuarão a ser a categoria alimentar com o maior aumento de preços, com o preço médio por unidade a crescer 19%, para 6,71 dólares, neste período.
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