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Formas de pagamento em constante evolução

Nada é permanente, só a mudança, já dizia o filósofo. E o comércio, nas suas mais variadas facetas, encontra-se na linha da frente das revoluções que a sociedade enfrenta. Se muitos ainda se recordam da entusiasmante novidade que há cerca de três décadas foi o lançamento dos agora tão banais terminais multibanco (e não nos esqueçamos que é tecnologia de origem portuguesa), agora os desafios são outros – a aquisição de bens e serviços sem necessidade de um formato físico de pagamento.

Verificamos que existe uma crescente utilização de tecnologias cada vez menos dependentes da presença de mão humana e das tradicionais formas de pagamento. Seja através das caixas de self service nos hipermercados, seja a provável extinção dos portageiros nas autoestradas.

O que temos de novo
A democratização do cartão de débito revolucionou a forma de pagar compras. Qualquer um de nós passou a ter consigo a totalidade do seus rendimentos e poupanças à distância de um código de segurança. Com o cartão de crédito passou a ser facilitado o acesso a novas alternativas e pagamentos distendidos no tempo e divididos em prestações.

E, claro, não nos esqueçamos dos cartões de fidelidade, de cliente, de alimentação, distribuídos pelas várias entidades. Um conjunto de alternativas à disposição de quem perdeu literalmente o hábito de contar o dinheiro ou de quem nem sequer tem memórias do tempo da carteira cheia de moedas de escudos.

Também os sites agregadores de produtos e serviços reformularam os conceitos de pagamento. A criação de conceitos especialmente destinados a estes formatos deram o mote. Paypal, MB Net ou MB Way são fruto de um relacionamento cada vez mais personalizado e individual entre um cliente e um fornecedor, o qual não tem mais que se reger em exclusivo por critérios previamente definidos, como espaço físico ou horário tabelado.

O que se verifica é que a relação dos consumidores com as novas formas de pagamento é de crescente adesão. E os portugueses são disso bom exemplo. Os dados do Observador Cetelem dedicado à Literacia Financeira indicam uma adesão às caixas de self-service nos estabelecimentos comerciais acima dos 50%. E mesmo o Paypal, a MB Net e MB Way apresentam resultados que demonstram um crescimento consistente na sua utilização.

O que vamos ter para breve (ou que já aí está, a muito menos que um clique de distância)
É com o advento e expansão da Internet, do mundo digital e dos smartphones que as transformações verificadas assumem premissas mais radicais, qual utopia de um romance de ficção científica.

Mas, e o que fica daqui? O que se apresenta num horizonte temporal não tão alargado assim?

Desde logo, importa considerar a crescente importância da inteligência artificial nas mais variadas áreas da sociedade. A capacidade das máquinas tomarem decisões (ainda que por via de software criado para o efeito pelo Homem) cria expetativas quanto ao que nos aguarda. Em muitos casos entusiasmante, noutros com óbvias questões éticas e morais.

Por exemplo, já é possível verificar onde é que aquela peça de roupa que vimos alguém usar pode ser comprada, qual o seu preço e que tamanhos estão disponíveis. Para tal basta filmar ou fotografar essa mesmo peça.

E se vir na rua um automóvel que o entusiasme? Bem, já existem aplicações que, se filmar esse veículo, lhe permitem agendar um test drive ou alugar o veículo, com as devidas informações dos pontos mais próximos de venda ou aluguer onde o mesmo se encontra, para além, claro, do devido pagamento automático pelo serviço prestado.

E vai ser possível a curto prazo associar a leitura das iris dos nossos olhos a determinada conta bancária. Assim, basta essa leitura para permitir que o individuo em questão possa efetuar as suas compras. O respetivo valor será retirado automaticamente da conta, após validação das aquisições.

Em suma, se o fim do dinheiro físico é uma inevitabilidade, chega o momento de refletir sobre o tempo de vida do dinheiro plástico. Quando chegará ao fim a era dos cartões? Com o ritmo de mudança cada vez mais rápido e imediatismo, as decisões de consumo exigem constante atenção e reação. Até porque, a Era das utopias está mesmo aí ao virar da esquina.

Por José Pedro Pinto, Chief Marketing and Sales Officer do Cetelem

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