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Em 2022, as famílias residentes em Portugal fizeram o maior corte de que há registo o volume de alimentos comprado, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE). No entanto, nunca gastaram tanto, graças à inflação.
Segundo o INE, se não houvesse inflação, a despesa com a alimentação teria caído. A quebra real, descontando a inflação, foi de 2,3%, a maior das séries oficiais do que remontam a 1995 e o equivalente a menos 573 milhões de euros face a 2021.
Agravamento do custo de vida
Os dados do INE mostram, assim, que, sobretudo as famílias com menores rendimentos e as mais expostas à subida das taxas de juro, estão a cortar na alimentação para conter o agravamento do custo de vida. É preciso recuar aos anos da Troika para encontrar um movimento semelhante, embora em menor medida: menos em 2011 e menos 1,3% em 2012.
Já em valor, a situação inverte-se e ganha maior expressão entre o segundo e o quarto trimestres. De acordo com o INE, o valor despendido pelas famílias residentes em Portugal aumentou 9,7% a preços correntes, atingindo quase 29 mil milhões de euros.