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Exportações de têxteis e vestuário atingem resultado histórico com sabor amargo

Foto Shutterstock

No ano de 2022, as exportações portuguesas de têxteis e vestuário ascenderam a 6.122 milhões de euros, resultado nunca alcançado, tendo este sector aumentado o valor exportado em 13%, quando comparado com o ano de 2021, revela a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), apoiando-se nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

No entanto, em quantidade, as exportações registaram uma quebra anual de quase 1%, sobretudo devido à forte contração (-11%) vivenciada no último trimestre do ano.

Este diferencial entre valor e quantidade é justificado, em grande medida, “pelo aumento generalizado dos custos de produção, em particular, devido ao aumento dos preços de energia, com especial destaque para o gás natural”, indica o comunicado.

 

Cenário complexo

A instabilidade e a incerteza provocada pela guerra na Europa, que trouxe consigo graves consequências no mercado energético e originou uma inflação generalizada nos preços dos bens, dos serviços e um aumento das taxas de juro, teve forte impacto no rendimento disponível, consumo e na procura das famílias, em particular nos bens não essenciais. “Fomos assistindo a uma desaceleração da procura ao longo do ano, com implicações na produção e nas exportações deste sector”, afirma Mário Jorge Machado, presidente da ATP.

Em termos de grandes categorias de produtos, em volume, exportou-se menos 0,3% de matérias têxteis (menos 894 toneladas), menos 3,3% de vestuário (menos 3.118 toneladas) e menos 0,1% de têxteis-lar e outros artigos têxteis confecionados (menos 77 toneladas).

 

Crescimentos

Apesar de tudo, há mercados onde se conseguiu crescer em valor e em quantidade, destaca a ATP. É o caso de França, para onde se exportou mais 21% em valor e mais 7,7% em quantidade. É também o caso de Itália, para onde se exportou mais 17% em valor e mais 25% em quantidade.

Para Espanha, principal destino das exportações de têxteis e de vestuário portuguesas, recuperou-se algum do valor perdido em 2020, tendo crescido cerca de 3% face a 2021, mas ainda aquém dos valores exportados em 2019. Em quantidade, em 2022, exportou-se menos 4,4%.

De acordo com a associação, os mercados que registaram maiores quebras em valor foram a China (menos 8,5 milhões de euros, menos 13%) e a Rússia (menos 5,7 milhões de euros, menos 69%).

A balança comercial do sector, em 2022, teve um saldo 696 milhões de euros, com uma taxa de cobertura de 113%.

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