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Eventos desportivos dinamizam o consumo de cerveja

As cervejas continuam a demonstrar ser uma das categorias mais dinâmicas, segundo uma análise da Nielsen, atingindo, no último ano móvel, vendas totais de cerca de 1.094 milhões de euros nos canais de retalho, apresentando um crescimento de 4% em valor. Este valor corresponde a 5% do total da faturação dos bens de grande consumo (22 mil milhões de euros em 2017).

As cervejas são uma categoria atípica, onde os momentos de consumo acontecem mais frequentemente fora do lar. À distribuição moderna correspondem 285 milhões de euros em vendas e um crescimento de 4%, enquanto no canal Horeca esta é a categoria mais relevante, com 809 milhões de euros em vendas totais e, igualmente, um crescimento de 4%.

Tiago Aranha, Client Development Manager da Nielsen, refere que “os grandes eventos desportivos são um dos fatores que influenciam o consumo de cerveja. Os dados Nielsen demonstram que estes grandes eventos impactam o consumo da categoria, que estará também associado a um maior dinamismo por parte das marcas e retalhistas, No entanto, não podemos deixar de referir que existem muitos outros fatores de influenciam o consumo de cerveja, entre os quais as condições climatéricas”.

O tempo, a participação da equipa nacional de futebol em campeonatos internacionais e a oferta mais ampla foram exemplos oferecidos pelo responsável, numa apresentação à imprensa, como fatores de influência do consumo de cerveja. Nos últimos anos, a sazonalidade da cerveja não tem sido alterada, com o peso do verão no negócio a manter-se estável. Mais de 40% dos volumes são vendidos de junho a setembro, segundo uma análise da consultora para o período de 2015 a 2017.

O dinamismo desta categoria tem-se verificado essencialmente no seu crescimento em valor, sustentado pelo “driver” preço. Os consumidores estão atualmente mais disponíveis para o consumo fora de casa e, mais especificamente, em atividades de entretenimento. Este comportamento vem, assim, justificar o crescimento da categoria no canal Horeca.

A criação de valor da categoria também se deve ao facto do mercado de cervejas ter uma maior oferta de produtos ditos artesanais ou oriundos de outros países, que, embora ainda com pouca expressão, têm em média um preço mais elevado. “As cervejas internacionais e as artesanais ainda são ultra nichos do mercado, mas que crescem a dois ou três dígitos nos últimos anos”, referiu Tiago Aranha.

Outra tendência visível nesta categoria é o facto dos consumidores estarem mais propensos às experiências de consumo, procurando, assim, degustar novos produtos. Esta tendência justifica também o crescimento baseado no aumento de preços, que se verificou nas cervejas ditas “mainstream”.

O crescimento do consumo dentro do lar tem como origem uma maior penetração e um maior número de atos de compra. As cervejas conseguiram chegar a mais de 65 mil lares, o que corresponde a 77% do total de lares. Por outro lado, a categoria foi comprada nove vezes no último ano (uma vez a cada 40 dias) e os consumidores gastaram, em média, 5,1 euros por visita.

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