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Envolver o consumidor, colaborar com os distribuidores e sustentabilidade são as chaves para a inovação

Foto Shutterstock

A Lantern e a IRI divulgaram os resultados do estudo “Pesquisa sobre Inovação no Sector do Grande Consumo” em que, pelo segundo ano consecutivo, questionaram sobre o status da inovação na indústria de Fast Moving Consumer Goods (FMCG), especificamente na indústria de alimentos e bebidas em Espanha.

Para esta pesquisa, contaram com a participação de CEOs e CMOs de 56 fabricantes, como a Danone, Osborne, Raventós, Codorníu, Chocolates Valor e Florette, além dos 12 maiores retalhistas espanhóis.

A inovação é uma das principais alavancas para o desenvolvimento da indústria de FMCG, especialmente agora com um relativo retorno à normalidade, e onde os diferentes participantes do mercado estão a definir quais as melhores estratégias de impulsionar os seus negócios. Estas foram algumas das conclusões a que chegaram Cristina García, diretora de marketing da IRI, e Jaime Martín, CEO da Lantern, nesta segunda edição do estudo.

 

Impacto da Covid-19

A situação resultante do impacto da Covid-19 no sector de FMCG  melhorou durante 2021 com o regresso à normalidade e a implementação de modelos de consumo híbridos. 59% dos fabricantes considera que as suas vendas, este ano, não foram impactadas ou foram impactadas positivamente pela Covid-19, contra 53% que considerou o mesmo em 2020.

Também no caso dos distribuidores gerais, o impacto nos seus negócios foi mais positivo do que no ano anterior. Neste ano, nenhum retalhista considera que as suas vendas tenham sido impactadas negativamente pela Covid-19, ao contrário de 2020, quando 35% considerou o impacto negativo. “Podemos ver uma recuperação e novos objetivos de crescimento, em comparação com as prioridades do ano passado, quando os trabalhos foram focados em consertar o abastecimento e aumentar a segurança e higiene em todos os pontos de venda”, indicou Cristina García.

Nesse contexto, a inovação tornou-se uma prioridade. 52% dos fabricantes pesquisados afirma ter aumentado os seus esforços de inovação em resposta à situação atual, contra 14,3% que afirma não ter os recursos necessários para desenvolver projetos de I&D. Além disso, 64,3% afirma que a inovação é uma prioridade absoluta para a gestão da sua empresa.

Especificamente, em 2021, esses esforços de inovação estão concentrados, principalmente, na promoção de marcas e produtos existentes (70%), novos produtos (64%), novos canais de vendas (46%) e novos mercados geográficos (38%). Além disso, um terço dos negócios está a considerar projetos fora de seu “core business” e 21% está a trabalhar com o ecossistema das startups.

 

Tomada de decisão

Em relação à tomada de decisão, o estudo revela que cada vez mais os fabricantes contam com os dados para orientar as suas estratégias de inovação. Na verdade, 79% dos participantes neste estudo afirma apoiar as suas decisões em pesquisas de mercado quantitativas e 75% afirma usar as investigações qualitativas, em comparação com 55% e 53%, respetivamente, em 2020. A pesquisa também destaca os 2% que está a usar a inteligência artificial para sustentar as suas estratégias.

De acordo com os dados recolhidos, para a maioria dos fabricantes, o sucesso destes processos está ligado ao envolvimento do consumidor e à colaboração com os distribuidores. O objetivo é obter melhores perceções, reduzir o tempo de desenvolvimento e implementar um método de economia circular com uma clara prioridade para embalagens sustentáveis e a reutilização de subprodutos. Além disso, Cristina García destacou como a maioria dos distribuidores tem sinalizado que a colaboração entre fabricantes e retalhistas e os esforços combinados de ambos são fundamentais para o sucesso das inovações.

É preciso ter uma visão abrangente das tendências futuras para se antecipar à concorrência. Embora todos os fabricantes contem com os mesmos relatórios, é fundamental que desenvolvam as suas próprias visões para estabelecer uma estratégia de inovação diferenciadora”, destacou Jaime Martin, ao referir-se aos processos de inovação.

Por Bárbara Sousa

I am a journalist and news editor with eight years of experience in
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