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Em 2020 os shoppers portugueses vão ser mais desleais

Ana Paula Barbosa, Retailer Services Director na Nielsen Portugal, esteve esta quarta-feira, dia 17 de outubro, em Lisboa, no congresso da GS1 Portugal, a apresentar as tendências de futuro para o shopper. 

Os consumidores são menos leais do que nunca”, começou por afirmar a responsável. Na análise da consultora, os shoppers desleais, ou seja, aqueles que referem procurar marcas ou produtos novos aumentaram de 13% para 19% em dois anos. Já os que são nomeados “Middle of the Road”, que estão no meio da tabela e afirmam “às vezes experimentar marcas ou produtos novos, mas que gostam das suas marcas preferidas”, aumentaram de 63%, em 2015, para 68%, em 2017. Quanto aos shoppers leais, os que não gostam de arriscar em marcas que não conhecem e preferem comprar as preferidas, passaram naturalmente, de 24% a 13%.

Esta é uma evolução que não acontece apenas em Portugal, diz Ana Paula Barbosa. O estudo foi realizado em todos os países onde a Nielsen está presente e apresenta a mesma tendência.

Temos informação hoje que nos permite afirmar que este fenómeno se vai acentuar por três motivos principais”, declarou. “Nos próximos cinco a 10 anos, os Millennials terão o maior poder de compra. Sabemos que os Millennials são um segmento muito particular. Têm padrões de compra e processos de tomada de decisão diferentes das gerações anteriores. A principal característica que os diferencia das outras gerações é que são infiéis. É um shopper que tem de ser trabalhado de uma maneira diferente, porque não encaixa nos modelos tradicionais”.

O segundo motivo pelo qual vão existir mais shoppers desleais é uma maior escolha. “Mais escolha nas lojas físicas, lojas especializadas, mais marcas pequenas a entrar em novos canais de distribuição e mais lojas online que ainda têm um potencial muito grande para crescer em Portugal”.

Por último, o terceiro motivo está relacionado com as influências. Hoje, existem mais influências do que no passado, através do contacto com redes sociais, bloggers, youtubers, entre outros. Pela existência de muitos mais pontos de contacto com as marcas, os consumidores são influenciados a mudar de preferência inúmeras vezes.

As empresas terão, assim, de repensar os modelos tradicionais de conquista do shopper. “Vai continuar a ser importante identificar os shoppers leais, tentar trabalhar esses shoppers e retê-los, mas vai ser também importante perceber este shopper infiel”.

No congresso dedicado ao tema “O Consumidor no Centro das Redes de Colaboração Digital”, Ana Paula Barbosa abordou a forma como cativar este novo shopper, apresentando as conclusões do estudo “Shopper Trends”, onde é apresentado um ranking de atributos que os shoppers valorizam e que são os mais diferenciadores para a escolha de uma loja: sortido (a loja tem que ter tudo o que o shopper precisa); conveniência (um processo de compra eficiente), experiência (uma experiência agradável, mas também um serviço prestado de excelência) e preço (não o mais barato, mas uma boa relação qualidade-preço). “Não há nada de novo nestes atributos. Nos últimos anos, estão no topo dos fatores diferenciadores. Para os próximos anos, não vai mudar muito a nível dos atributos, mas vai mudar o nível de exigência que os consumidores vão ter em relação à forma como as marcas os trabalham”, concluiu Ana Paula Barbosa.

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