As vendas do El Corte Inglés em Portugal atingiram os 485,793 milhões de euros, no exercício de 2021, concluído a 28 de fevereiro do corrente ano.
O valor está ainda 6,7% abaixo do de 2019, ano tomado como referência, considerando as circunstâncias excecionais decorrentes da pandemia no ano transato. O EBITDA alcançou os 45 milhões, o que representa um recuo de 24,84% face ao ano de referência. Já o resultado líquido foi de 17 milhões, o que representa, igualmente, um decréscimo face a 2019. Também os custos e despesas de exploração recuaram para os 463 milhões de euros.
Tendência de recuperação
O grupo considera que os resultados obtidos pela empresa portuguesa foram muito positivos, dada as limitações a que o comércio foi sujeito durante o exercício, sendo que as vendas do primeiro trimestre do exercício de 2022, referente aos meses de março, abril e maio, parecem reforçar a tendência de recuperação.
O exercício de 2021 ficou marcado pelo encerramento temporário dos dois grandes armazéns El Corte Inglés em Portugal e pelas limitações de horário e de lotação dentro das lojas, assim como pelas restrições à mobilidade e outras, decorrentes dos estados de emergência e calamidade, que, de acordo com o grupo, dificultaram a atividade comercial. “Apesar de todas estas restrições, a atividade comercial e, sobretudo, o volume de negócios, foi muito significativo. Neste sentido, a direção da empresa, que no exercício em apreço celebrou os 15 anos da sua loja de Gaia e os 20 da sua atividade em Portugal, considera estes resultados muito positivos, uma vez que confirmam a recuperação da atividade, apesar dos consideráveis esforços de adaptação e de investimento, necessários para garantir o funcionamento de todos os serviços e a implementação e manutenção das regras sanitárias”, pode ler-se no comunicado.
Estes resultados foram obtidos mesmo com a escassa participação do mercado de turismo, que apresentou uma recuperação limitada, quando comparada com o ano que antecedeu a pandemia.
Neste momento, a empresa prepara-se para continuar a investir em Portugal, tanto através do desenvolvimento do seu negócio online, onde acaba de inaugurar a Montra Portuguesa, uma loja virtual destinada a promover as marcas nacionais, como através de novos espaços, serviços e canais de comunicação com os clientes.
Retalho como principal motor do grupo
Em termos consolidados, a nível global, em 2021, o Grupo El Corte Inglés registou, no exercício de 2021, um incremento de 21,93% no seu volume de negócios, que chegou aos 12.508 milhões de euros. A evolução positiva da atividade impulsionou o EBITDA para os 804 milhões de euros, 756 milhões acima do ano anterior, situando-se o resultado líquido nos 120 milhões de euros.
Neste exercício, o Grupo El Corte Inglés conseguiu fortalecer o seu balanço, melhorar a estrutura financeira e reduzir a dívida, que alcançou o nível mais baixo dos últimos 15 anos de atividade.
O motor da recuperação foi o negócio de retalho, que alcançou vendas de 11.300 milhões, registando uma importante recuperação na área a moda, cujo crescimento, relativamente ao exercício de 2020, se situou perto dos 49%. Destaque também para o bom comportamento das vendas online, que já representa 12,3% do volume total do negócio.
Estratégia comercial
No plano comercial, e dentro do impulso da omnicanalidade e da transformação digital que está a ser levado a cabo pelo grupo, destaca-se o lançamento de novos produtos, tais como o Catálogo Estendido e a Consulta com o Especialista, cujo objetivo é amplificar a oferta e a assessoria que o El Corte Inglés se propõe prestar aos seus clientes. O objetivo é proporcionar a mesma experiência de compra especializada em todos os canais, sejam eles físicos ou digitais.
O Catálogo Estendido permite ampliar a proposta comercial a que os clientes têm acesso a partir de qualquer loja El Corte Inglés. Por seu turno, o serviço de Consulta com o Especialista oferece a assessoria online imediata. por parte de um vendedor especializado. e poderá ser prestada através de chat, telefone ou videochamada.
Globalmente, o grupo está empenhado numa reordenação da sua proposta comercial para se concentrar nas lojas que permitem a oferta global, isto é, em todas as categorias de produtos e serviços.