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Distribuição com os resultados mais negativos em matéria de transformação digital

O sector da distribuição surge com os resultados mais negativos nas várias componentes avaliadas num estudo sobre transformação digital. 

Ao longo dos últimos meses, a Impacting Digital analisou mais de 500 empresas portuguesas, desde entidades cotadas no PSI 20 a startups.  O objetivo passou por perceber como as empresas atuam dentro de cada um dos seus sectores de atividade, desvendar como investem e identificar os impulsionadores internos da transformação digital. O estudo deixa perceber que há empresas e sectores que aderem à transformação digital do negócio de forma proativa, outras estão num grau de maturidade estável e, por fim, há ainda as menos recetivas em aplicar estratégias digitais.

Endereçado a diretores e administradores com poder de decisão, o estudo pretendeu analisar o papel e a postura destes líderes e avaliou a visão do digital como parte integrante do negócio. A análise incidiu, ainda, sobre o nível de desenvolvimento tecnológico e de implementação das ferramentas mais relevantes no cenário atual, como o uso de cloud services, a análise de dados com recurso a software, as redes sociais como negócio ou a utilização de criptomoedas. Após um primeiro contacto direto por e-mail, SMS ou através das redes sociais dos decisores das empresas inquiridas, as respostas foram obtidas através de um chatbot e os resultados individuais foram cedidos às entidades imediatamente após a participação. A escolha desta abordagem em detrimento do tradicional questionário online traduziu-se numa maior adesão dos decisores.

Na componente cultural, relativa à visão de cultura digital, o coeficiente do sector da distribuição fixou-se nos 3,29 pontos num máximo de cinco (média geral de 3,52), a pior pontuação entre os 11 sectores de atividade. Do mesmo modo, o coeficiente tecnológico – implementação – foi de 2,07 pontos (média geral de 3,11), também o mais negativo. O sector obteve, assim, um coeficiente global de 2,69 pontos (média geral de 3,48 pontos) e ocupa o fundo da tabela.

As empresas do setor da distribuição ocupam, ainda, o último lugar quanto ao nível de contribuição do digital para o negócio. Apresentam o pior resultado, também, quando questionadas sobre a visão partilhada por todos os colaboradores, o compromisso corporativo de melhoria contínua das estratégias de transformação digital, a utilização de cloud services e a visão das redes sociais como uma parte integrante do negócio.

Para além da distribuição, o estudo estendeu-se ainda aos sectores da educação, automóveis e transportes, saúde e farmácia, tecnologia, indústria, retalho, banca, financeiras e seguros, telecomunicações e media, construção e ao sector público. Os sectores da educação, da saúde e farmácia, da tecnologia e o sector público apresentam-se entre os mais bem preparados para uma transformação digital. No lado oposto da balança, surge, imediatamente a seguir à distribuição, o sector da construção, com coeficientes cultural e técnico abaixo da média geral.

No cômputo geral, os resultados demonstram que as organizações nacionais estão a orientar-se, cada vez mais, para uma cultura de desenvolvimento das ferramentas tecnológicas e que já se verifica, em muitos casos, a implementação efetiva. Quase 50% dos inquiridos garantem que há um claro compromisso dos administradores e CEO em desenvolver uma estratégia de transformação digital e que são estes os impulsionadores da cultura digital nas empresas e sobre os quais recai o poder de decisão sobre esta matéria (80% das respostas). Ainda assim, mais de 40% dos empresários de todos os sectores não entende que a visão digital seja totalmente partilhada por todos os colaboradores. Já no que respeita à operacionalização dos projetos digitais, é ao departamento de marketing que as empresas atribuem mais frequentemente esta função, ainda que mais de um quinto dos respondentes afirmem que o outsourcing continua a ser um recurso comum.

O estudo revela, ainda, que a preocupação com a experiência do utilizador está presente no “mindset” das empresas nacionais, com 60% dos inquiridos a selecionar as respostas mais positivas relativamente a um cuidado particular com a otimização do website das suas empresas nas várias plataformas de visualização. A visão dos executivos portugueses sobre a estratégia digital é, também, observável na forma como encaram novas ferramentas como as redes sociais, já que 60% das empresas inquiridas olham já para estas plataformas como uma parte integrante e ativa do seu negócio.Por outro lado, as criptomoedas são ainda olhadas com uma clara desconfiança, com mais de dois terços dos inquiridos a rejeitar a sua utilização.

O estudo afere que são as empresas com maior volume de faturação que mais apostam na digitalização, podendo indicar que a transformação digital está, para já, mais dependente do investimento financeiro do que da cultura digital incutida nas empresas. 

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