O EuroCommerce caracteriza a diretiva sobre práticas comerciais desleais apresentada pelo Comité de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu (AGRI, na sua sigla em inglês) como uma “caça às bruxas” para o comércio retalhista e grossista.
“A diretiva protege as grandes multinacionais alimentares e o debate converteu-se num ataque direto a negociações legítimas entre retalhistas e seus fornecedores“, assinala Christian Verschueren, diretor geral do EuroCommerce.
Equidade na cadeia de abastecimento
Para este responsável, estas iniciativas não servem para a equidade na cadeia de abastecimento, pelo contrário, “impõem restrições aos retalhistas“. O EuroCommerce considera que esta iniciativa irá tornar as negociações mais difíceis e que não beneficiará os agricultores. “Uma caça às bruxas contra os retalhistas e grossistas para encher os bolsos dos acionistas das multinacionais e nada fazer para os agricultores não são o que deveria tratar a diretiva“, sublinha Christian Verschueren.
O organismo defende ainda que a diretiva outorga direitos aos vendedores, mas não aos compradores, o que colocará em causa os princípios da União Europeia sobre a igualdade de tratamento.
Ferramentas
Para o Parlamento Europeu, a diretiva irá proporcionar “as ferramentas necessárias para melhorar a posição dos produtores agrícolas nas negociações ao longo da cadeia agrícola e de abastecimento de alimentos, mediante a proibição, ao nível da União Europeia, dos casos mais flagrantes de práticas desleais nas suas relações com os retalhistas“.