Imagem Shutterstock
in

Desconfinamento leva a alterações nos padrões de consumo

Aceleração de outros sectores e atividades de negócio

De acordo com o SIBS Analytics, os dados da semana de 18 a 24 de maio, marcada pelo início da segunda fase de desconfinamento em Portugal, denotam já algumas alterações nos padrões de consumo dos portugueses, particularmente na frequência de compra em loja, que aumentou 12%, a segunda maior subida desde o início do desconfinamento, e também no que toca à distribuição das compras na rede Multibanco por sectores de atividade.

De forma resumida, na terceira semana do estado de calamidade, os hábitos de consumo dos portugueses acentuaram as tendências registadas desde o início do processo de desconfinamento. A média de compras em loja está agora num valor que equivale a três quartos da média anterior ao primeiro caso de infeção registado em Portugal.

As compras em loja nos sectores dos super e hipermercados, pequena distribuição alimentar, bebidas e tabaco, farmácias e parafarmácias continuam a perder preponderância perante a reabertura gradual da economia, atingindo, na última semana, um peso acumulado de 53% em todas as compras físicas na rede Multibanco em comparação com os 47% representados por todos os outros sectores. Este valor de 47% representa a percentagem mais alta desde que foi decretado o estado de emergência em Portugal, em meados de março, demonstrando já alguma aceleração de outros sectores e atividades de negócio.

 

Online em quebra

Já as compras online voltaram a registar uma ligeira quebra, equivalente a três pontos face à semana antecedente, passando de 92 para 89 pontos comparando com a média pré-pandemia.

Nos dados das compras realizadas neste canal distribuídas sectorialmente, verifica-se que os sectores com maior crescimento face ao período antes da pandemia continuam a ser o da restauração, “food delivery” e take away, com um aumento de 59%, entretenimento, cultura e subscrições, que registou um aumento de 39%, e comércio alimentar e retalho, com um acréscimo de 26%.

A transformação progressiva dos hábitos de consumo dos portugueses denota-se igualmente somando estes três sectores às farmácias e parafarmácias, perfumaria e cosmética, jogos e brinquedos e decoração e artigos para o lar. Pela primeira vez, desde que foi decretado o estado de emergência em Portugal, o peso acumulado destes sectores representa menos de metade das compras online realizadas pelos portugueses, sendo, ainda assim, de realçar a maior dispersão por diferentes sectores de atividade nas compras online face às compras físicas.

 

Mais um recorde no MB WAY

De destacar ainda um novo recorde de utilização do serviço MB WAY nas compras na rede Multibanco, desde que foi registado o primeiro caso do novo coronavírus em Portugal. Na semana em análise, média de compras em loja através do MB WAY ficou 70% acima da média anterior ao início da pandemia. A utilização nas compras físicas registou a oitava semana consecutiva de aumento e subiu 29% em comparação com a semana anterior.

No e-commerce, o número médio de compras ficou 12 pontos percentuais acima dos valores registados antes do primeiro caso de Covid-19 em Portugal, apesar de ter sido registada uma quebra de quatro pontos percentuais na semana de 18 a 24 de maio face à semana de 11 a 17 de maio.

 

Valor médio das compras a descer

Analisando o valor gasto por cada compra na rede Multibanco, a média caiu pela segunda semana consecutiva (-2%), de 38,6 euros para 37,8 euros. Já nas compras online, o valor médio seguiu o caminho inverso: subiu 2,8%, para os 40,2 euros, face aos 39,1 euros da semana anterior.

Não obstante, nas compras físicas e online, os valores médios por compra continuam acima da média do período antes da pandemia: no canal físico, o valor é 8,9% superior e no online é 7,2% maior.

 

Por Bruno Farias

Diretor na revista Grande Consumo. Um eterno sonhador, um resiliente trabalhador. Pai do Afonso e do José.

aCarta

Sogrape apoia Horeca com criação de menus digitais

Água Engarrafada

Água engarrafada: quais as marcas preferidas pelos portugueses?