in ,

Delta Q apresenta primeira cápsula de café 100% orgânica e biodegradável

O Grupo Nabeiro partilhou esta quarta-feira, dia 15 de maio, a sua estratégia de sustentabilidade até 2025, na qual figuram vários compromissos nas vertentes económica, social e ambiental.

Nesse âmbito, foi apresentada a nova cápsula de café Delta Q, 100% orgânica e biodegradável. Uma nova cápsula com 0% de plásticos, 0% de micro-plásticos e 0% de alumínio, de origem orgânica e biodegradável feita de feita de BioPBS, ou seja, um material de base biológica e vegetal, constituído por cana-de-açúcar, mandioca e milho.

Desenvolvida pelo Centro de Inovação do Grupo Nabeiro, a Diverge, em conjunto com parceiros externos e centros de investigação nacionais, o primeiro “blend” da marca com esta cápsula 100% orgânica, Delta Q eQo, será lançado no segundo semestre, terá uma validade de 90 dias (por ser biodegradável) e terá tripla certificação de sustentabilidade. Nomeadamente, certificação Rainforest Alliance, que trabalha para conservar a biodiversidade e garantir meios de subsistência sustentáveis através da transformação de práticas de uso do solo, práticas comerciais e comportamento do consumidor, certificação UTZ, representativa de uma agricultura sustentável e melhores oportunidades para agricultores, as suas famílias e o planeta, e, por último, certificação biológica, cujo método combina as práticas ambientais que contribuem para um aumento de biodiversidade e preservação dos recursos naturais.

A embalagem do novo Delta Q eQo é feita, ainda, em cartão totalmente reciclável, com certificação FSC (Forest Stewardship Council), que assegura que o produto provém de uma floresta gerida de forma sustentável, e impressa com tintas biológicas.

Sem uma data concreta para a sua introdução efetiva no mercado, estas cápsulas biodegradáveis serão mais caras que as cápsulas convencionais Delta Q, sendo que “a Delta não vai repercutir no consumidor a totalidade do aumento de custos de produção“. Destinadas ao mercado nacional devido aos constrangimentos que a validade de apenas 90 dias coloca, nas novas cápsulas Delta Q obrigam, ainda, a repensar a logística, em função da especificidade deste produto. “Estas cápsulas terão de ser tratadas quase como um produto perecível”, detalha Rui Miguel Nabeiro, administrador do Grupo Nabeiro/Delta Cafés.

O gestor sublinha que “o caminho de sustentabilidade é prioritário para o grupo e para todas as suas marcas. Com estas iniciativas, damos continuidade ao trabalho que desenvolvemos na área social e em prol da comunidade. Pretendemos continuar com um papel ativo na construção de valor para a sociedade, contribuindo para a adoção de comportamentos mais responsáveis, acrescentando simultaneamente valor aos vários momentos de consumo e de partilha proporcionados pelo café”.

Dois anos e meio de trabalho ficaram para trás, mas o “investimento ainda não terminou”, designadamente porque a empresa encontra-se apostada em fomentar a utilização de outros materiais biodegradáveis que permitam uma maior longevidade de comercialização às cápsulas Delta Q. Até porque se pretende que “100% das suas cápsulas sejam neste formato” até 2025.

 

Café 100% português

Paralelamente, a companhia celebrou um protocolo de cooperação com a Associação de Produtores Açorianos de Café – APAC, com vista ao apoio em todas as etapas da produção, preparação e comercialização do café dos Açores durante os próximos 15 anos.

Após duas missões conjuntas no terreno, realizadas no decorrer de 2018 e em abril passado, foi possível aferir que, dadas as características únicas do território do arquipélago dos Açores, é viável o cultivo com sucesso de café de especialidade, trazendo, assim, valor económico para as comunidades locais e ajudando na diversificação das culturas, que ainda se mantêm muito dependentes da exploração bovina (carne e leite).

Com a celebração do presente protocolo, a Delta Cafés irá apoiar os associados da APAC em todas as fases de produção de café: desde a introdução de novas variedades de café competitivas e economicamente viáveis, passando pelo aconselhamento técnico e pelo apoio na comercialização, até à elaboração de um plano estratégico para toda a cadeia produtiva do café, promovendo um sector sócio-económico rentável e produzindo com sucesso o único café da Europa. Neste momento, a produção de café nos Açores é de cerca de nove toneladas, mas Rui Miguel Nabeiro acredita que este volume poderá aumentar significativamente, com a Delta Cafés a assumir a compra da produção local. A confiança na comercialização de café “100% português” existe, sem data para o efeito, mas sem perder o seu cariz de “o único café originário da Europa“.

A mesma consciencialização da necessidade de preservação do meio ambiente, e com base nos princípios da economia circular, levaram a empresa campomaiorense a desenvolver uma parceria com a start up NÃM, num processo inovador de transformação de borras de café em alimento, nomeadamente, em cogumelos.

O conceito “from waste to taste” criado, em 2018, por Natan Jacquemin, fundador da startup, tem um método de aproveitamento simples e inicia-se quando a água quente, na extração de uma bica, passa pelo café, limpando dessa forma a borra. O processo de preparação de um café só utiliza 1% da sua biomassa, sendo os restantes 99% considerados desperdício. Esta borra representa um substrato limpo e rico em nutrientes, um excelente alimento para os cogumelos.

A Delta Cafés irá recolher as borras de café nos seus clientes através de recipientes próprios, maximizando a eficiência operacional através de uma produção mais sustentável.

 

Metas até 2025

Desde 1994 que a Delta Cafés está comprometida com práticas empresariais ambientalmente sustentáveis. Nesse sentido, definiu, até 2025, um conjunto de novas metas em diversas áreas do desenvolvimento sustentável que fazem parte da estratégia de crescimento do Grupo Nabeiro/Delta Cafés. Em suma, até 2025, o grupo português quer garantir que a totalidade da sua frota automóvel comercial será composta por veículos elétricos (atualmente, apenas 20%, 101 veículos dos mais de 500 veículos que compõem a frota comercial são totalmente eletrificados).

Também para a mesma data, a Delta Cafés tem como objetivo que todos os departamentos comerciais em Portugal sejam autossuficientes em consumo de eletricidade ao abrigo da instalação de painéis solares.

Após o lançamento de Delta Q eQo no mercado, a empresa garante que continuará a investir na pesquisa e desenvolvimento de melhores soluções técnicas e na procura dos mais inovadores materiais para que, até 2025, toda a gama de “blends” Delta Q possa ser sustentável, isto além de garantir o apoio a 500 cafeicultores em todas as ilhas do arquipélago dos Açores ao abrigo do protocolo estabelecido com a APAC.

Por Bruno Farias

Diretor na revista Grande Consumo. Um eterno sonhador, um resiliente trabalhador. Pai do Afonso e do José.

SIBS lança portal de estatísticas sobre o consumo em Portugal

Makro inaugura centro de partilha de conhecimento