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Cooperação entre autarquias e associações empresariais locais foi a chave para minimizar efeitos da crise pandémica

As autarquias e as associações empresariais locais foram fundamentais para salvar o país de uma crise ainda mais profunda em plena pandemia, a par de um trabalho em rede entre estes organismos que, juntos, em muitos casos, conseguiram soluções mais céleres e eficazes do que o Governo central.

Adaptar é a grande palavra chave para que os empresários possam, de algum modo, garantir a imunidade dos seus negócios e assegurarem o passaporte para o futuro.

Estas são as principais conclusões da quarta edição da Expo’Cascais, que se realizou recentemente no Palácio Estoril Golf & Wellness Hotel, em Cascais. O evento reuniu mais de 40 oradores que, durante dois dias e via streaming, debateram os temas-chave da atualidade e contou com um número recorde de inscrições, que ultrapassou as 2.500.

O evento, promovido pela Associação Empresarial do Concelho de Cascais (AECC), com o apoio da Câmara Municipal de Cascais e da Agência DNA Cascais e produção da Tendências & Eventos, teve um dos seus pontos altos no debate sobre o impacto da pandemia de Covid-19 no tecido empresarial e, em sequência, sobre que novos desafios estão a surgir em matéria de desenvolvimento económico local, que juntou, no “Congresso Cascais Futuro”, entre outros convidados, Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, Hélder Sousa Silva, presidente da Câmara Municipal de Mafra, e Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras. “As autarquias estão a ser absolutamente fundamentais para ultrapassar esta crise”, referiu Carlos Carreiras. “Todos nós estamos a fazer um grande esforço no processo de vacinação e, se não fosse o esforço das autarquias na contratação de enfermeiros, estaríamos muito pior e isto é apenas um exemplo do que estamos a fazer no terreno: um conjunto de medidas que assegurem que somos elementos facilitadores para que munícipes e empresas consigam estar melhor preparados para ultrapassar esta crise”, apontou. O autarca referiu ainda que têm conseguido “suster os níveis de desemprego no concelho, que não tem aumentado desde 2013”.

 

Crise económica

Basílio Horta, que já viveu várias crises económicas, inclusive na altura em que liderava o AICEP, sublinhou que estes “são momentos únicos” porque “a crise surgiu de forma inesperada e lançou uma nuvem negra sobre a economia e a sociedade”. O presidente da Câmara de Sintra afirmou que “tem sido um momento significativo de desemprego” no seu concelho, sobretudo na área do turismo. “Tivemos problemas sociais muito graves, ao lado das questões sanitárias”, indicou, reforçando não ter dúvidas de que, se não fossem as câmaras e os apoios que concederam aos hospitais, munícipes e negócios locais, tinha sido uma tragédia nacional, “porque em situações destas, em que há necessidades claras para colmatar, e tendo nós meios para responder, faz sentido discutir a competência administrativa? Se fizesse isso, teria sido uma tragédia”.

Isaltino Morais frisou que, “em Oeiras, se passou o mesmo que noutros municípios”, no que diz respeito ao apoio célere no terreno para colmatar, o mais possível, as necessidades nas áreas da saúde e social. No entanto, sublinhou que “há um problema de organização de pequenas e médias empresas”, tendo referido, a título de exemplo, que a autarquia “tem à disposição um fundo de apoio de 300 mil euros e, até agora, foram aplicados 150 mil euros”. De acordo com o autarca, “há empresas que não se candidatam a estes fundos porque receiam que a sua contabilidade não esteja bem e, por isso, não querem mostrar as contas e não se candidatam, ou seja, há dinheiro à disposição que, depois, não é utilizado”, sublinhou.

 

Comércio local

Hélder Silva, por seu turno, apontou o dedo “às medidas sem nexo e que têm causado uma perturbação enorme aos comerciantes locais”, que “não resistem a esta avalanche de alterações legislativas de 15 em 15 dias nas reuniões do Conselho de Ministros, algumas delas sem sequer terem base racional”. O presidente do município de Mafra reconhece que “houve um voltar aos mercados municipais, às mercearias e às vendas de circuito curto, sendo isso muito positivo, porque significa que, ao se produzir localmente, vende-se também localmente, fazendo a economia circular”. Fruto do seu concelho ter “uma realidade entre um misto rural e urbano”, e na sequência das vendas de curto circuito, “a receita das empresas tem aumentado, muito porque os empresários foram-se adaptando e potenciando os terrenos e o espaço rural”.

Ao ouvir mais de 40 oradores de áreas como economia, saúde, apoio social, transição digital, os famosos fundos PPR e PT2030 e turismo, constatamos que estamos perante três pandemias: sanitária, económica e social. Algo sem precedentes e que expôs e agudizou aquilo que de mais sensível as famílias, as empresas, o poder político e a sociedade em geral já tinham”, referiu Armando Correia, presidente da AECC, em jeito de balanço. De acordo com o mesmo responsável, “a par da adaptação e da tão famosa capacidade de resiliência, a proximidade e o trabalho em rede foram, e continuam a ser, a chave que permitiu que a sociedade, as empresas e as instituições, de algum modo, se conseguissem agigantar e enfrentar a atual conjuntura”.

 

Novos negócios

O presidente da AECC referiu, ainda, que “as autarquias foram essenciais para salvar o país de uma tragédia, ao serem rápidas na intervenção e descomplicadas nos processos” e, no que concerne ao sector empresarial, “há negócios que nasceram, outros que cresceram, muitos que entraram em profunda crise e alguns que chegaram ao fim. Também aqui e nesta espécie de manicómio coletivo – como aqui foi dito num dos painéis –, em que há novas regras e legislação de 15 em 15 dias, a chave está na forte capacidade de adaptação, de inovação e de trabalhar em rede”.

Assumindo que “não há uma vacina que garanta a imunidade empresarial a negócio algum”, e em jeito de mensagem de esperança, referiu que “há uma espécie de fórmula mágica que nos garante, sem pressas, um passaporte para o futuro: a constante capacidade de adaptação”.

 

Expo’Cascais

A iniciativa dividiu-se em dois dias, sendo que, no primeiro, foram realizados webinares temáticos  com entidades como o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI), a Direção-Geral da Saúde (DGS), a Altice Empresas, o Kaizen Institute, o Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), a Autoridade Para as Condições do Trabalho (ACT), a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), o Clube de Embaixadores de Cascais & Costa do Estoril (CECE) e a Associação de Turismo de Cascais (ATC).

Já no segundo dia, teve lugar o Congresso Cascais Futuro, com destaque para a apresentação dos resultados do estudo “Avaliação do Impacto da Pandemia COVID-19 no Tecido Empresarial do Concelho de Cascais”, seguido do debate sobre “O Desafio na Gestão do Desenvolvimento Económico Local no Âmbito da Pandemia. A temática dos “Novos Paradigmas Relacionais e de Consumo” ficou a cargo de representantes da Associação Portuguesa de Business Intelligence (APBI) e da Universidade Católica, tendo estado o último painel, “Imunidade Empresarial como o Passaporte para o Futuro”, a cargo dos responsáveis da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), do Turismo de Portugal e da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP).

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