Searas com Biodiversidade: Salvemos a águia-caçadeira é o nome do projeto que junta o Clube de Produtores Continente, a ANPOC – Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais, o CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto e a Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural.
A Águia-caçadeira está em vias de extinção em Portugal e os parceiros uniram esforços num projeto conjunto para salvar esta espécie, considerada uma das mais ameaçadas da fauna terrestre.
O protocolo Searas com Biodiversidade: Salvemos a Águia-caçadeira foi formalmente assinado e contempla diversas ações para apoiar e promover a conservação desta espécie no país e, em paralelo, identificar medidas de gestão para salvaguardá-la.
Ações
As ações de salvamento e resgate enquadram-se numa iniciativa alargada de âmbito nacional,
envolvendo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, o Centro de Recuperação de Animais Selvagens do Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e organizações ambientais, como a Liga para a Proteção da Natureza e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.
A Águia-caçadeira, também conhecida como tartaranhão-caçador, não constrói ninhos nas árvores, ao contrário de muitas outras aves de rapina, mas no solo, o que a torna mais suscetível à atividade agrícola.
Este projeto prevê a realização de um censo nacional para identificar o número de casais reprodutores que existem no território nacional. Estão planeadas ações de prospeção de colónias e ninhos, que incluem o apoio no resgate de ovos que estejam em parcelas em risco de serem ceifadas, assim como ações de proteção. Será igualmente realizado um estudo para compreender a importância das searas para a biodiversidade de aves, coordenado pelo Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) e pela Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural.
Águias-caçadeiras
As Águias-caçadeiras estão em Portugal de meados de março a setembro, migrando depois para África. A sua distribuição é maior nas planícies alentejanas e no planalto mirandês, frequentando terrenos abertos com poucas árvores e áreas com culturas de cereais.
Com o projeto Searas com Biodiversidade: Salvemos a Águia-caçadeira, o Clube de Produtores Continente, a ANPOC, o CIBIO/BIOPOLIS e a Palombar pretendem inverter a extinção desta espécie e trabalhar em conjunto para promover um sistema alimentar amigo do ambiente.
Graças a esta parceria, as sete toneladas de farinha de trigo utilizadas diariamente nas padarias das lojas Continente têm origem em searas das regiões do Alentejo e de Trás-os-Montes, que são monitorizadas de forma a proteger a biodiversidade e a conservação desta ave.