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Consumo de vinho cai menos que o esperado

Foto Shutterstock

O consumo mundial de vinho, em 2020, caiu 3% em volume, uma descida menor do que a temida pelo sector, tendo em conta a crise provocada pela Covid-19.

De acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), estima-se um consumo de 234 milhões de hectolitros, menos sete milhões que o registado durante a crise financeira de 2008-2009. O nível de consumo foi o mais baixo desde 2002.

Nas suas previsões de outubro, a organização sediada em Paris antecipava uma queda de 10%, em 2020, ano marcado pelo encerramento de muitos estabelecimentos do canal Horeca, mas também pelas tarifas aduaneiras impostas pela administração de Donald Trump sobre alguns vinhos europeus e as taxas chinesas sobre os vinhos australianos. “Era uma visão demasiado negativa, O aumento das vendas de vinho nos supermercados compensou bastante bem”, admitiu à AFP Pau Roca, diretor geral da OIV. “A covid-19 ocasionou todas as espécies de transferências“, realçou, destacando que, entre canais, o consumo nos bares e restaurantes foi compensado” pelas vendas na grande distribuição e online. Para a organização, considerando as incertezas do ano de 2020, o sector vitivinícola não teve qualquer desempenho inferior aos outros produtos básicos.

 

Fortes variações

A OIV assinala as transferências de consumo entre países, com os destinos turísticos a serem afetados pela ausência de turistas. Na Europa, que vale 48% do mercado, constatou-se a estabilidade no consumo, embora existam fortes variações entre países. Em França e na Alemanha, o consumo manteve-se estável, mas disparou 7,5% em Itália, o valor mais elevado da década. Em contrapartida, caiu 6,8% em Espanha.

Nos Estados Unidos o consumo também estabilizou, mas desceu 6% no Canadá.

Já na China, houve uma descida de 17,4%, valor que a OIV recomenda ser interpretado com precaução, devido a revisões nos dados por parte do gabinete de estatísticas chinês.

Na Argentina, o consumo de vinho incrementou 6,5% e no Brasil disparou 18,4%. Mas na África do Sul perdeu mais de 19%, atingindo o valor mais baixo em 20 anos, uma vez que, durante vários meses, as autoridades proibiram as vendas de bebidas alcoólicos, para prevenir uma saturação dos hospitais.

 

Exportações

As exportações de vinho caíram 1,7% em volume, para os 105,8 milhões de hectolitros, e ainda mais em valor: 6,7%, para 29,6 mil milhões de euros. Em valor, França manteve-se como o principal exportador de vinhos, com 8,7 mil milhões de euros, menos 10,8%.

Com o encerramento do canal Horeca, a procura de vinhos premium sofreu particularmente. A maior parte dos grandes países exportadores viu as suas vendas baixar em valor, com exceção da Nova Zelândia e de Portugal.

As exportações dos vinhos espumantes baixaram 5% em volume e 15% em valor, com o champanhe a ser muito penalizado pelas restrições sanitárias. Em compensação, o Proseco italiano, mais acessível, teve um bom desempenho.

O vinho em garrafa representou 53% dos volumes comercializados em 2020, ano em que o Bag-in-Box continuou a afirmar-se, representando 4% do volume das exportações de vinho a nível mundial.

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