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Consumidores perdem confiança e afastam-se das marcas em plena crise do custo de vida

94% dos consumidores está preocupado com o aumento do custo de vida derivado da inflação. A acessibilidade é agora a principal preocupação de 35% dos consumidores inquiridos a nível global, segundo revela a 12.ª edição do EY Future Consumer Index (FCI), aumentando 10 pontos percentuais desde outubro de 2022.

Os dados também revelam que os consumidores estão a fazer mudanças dramáticas e de curto prazo no estilo de vida. Dos cinco segmentos de consumidores – “planeta primeiro”, “experiência primeiro”, “sociedade primeiro”, “saúde primeiro” e “acessibilidade primeiro” – o segmento “planeta primeiro” teve a maior queda (menos nove pontos percentuais, de 25% para 16%), reafirmando a mudança que os consumidores estão a fazer para priorizar a acessibilidade, encarando, agora, a sustentabilidade como menos uma preocupação.

 

Sobe preocupação com a saúde

Os dados revelam que o grupo de consumidores preocupados com a saúde aumentou sete pontos percentuais (de 17% para 24%) desde outubro de 2022, tornando-se o segundo maior segmento, a seguir à acessibilidade, pela primeira vez desde maio de 2021.

Este aumento significativo indica que os consumidores estão a concentrar-se em mudanças de estilo de vida de curto prazo e a repriorizar as necessidades individuais em detrimento dos esforços coletivos, concentrando-se nas suas próprias finanças, saúde e níveis de stresse.

Com as atuais incertezas económicas a não darem sinais de abrandamento, 92 % dos inquiridos está preocupado com a economia do seu país e 39 % espera que a situação se agrave nos próximos seis meses.

 

Mudanças no estilo de vida

Os consumidores inquiridos estão a tomar medidas para reduzir os gastos em muitas áreas das suas vidas, com mais de um terço (36%) a planear gastar menos em roupas, 44% a esperar comprar menos take-away e quase metade (49%) a planear gastar apenas em produtos essenciais.

Mais de três quartos (79%) considera que os preços dos alimentos aumentaram nos últimos três a quatro meses e 74% notou que algumas marcas reduziram os tamanhos das suas embalagens, sem refletir as alterações no preço, também conhecido como “shrinkflation”.

 

Relação com as marcas

Os dados indicam que as marcas não são mais a única maneira de comunicar estatuto para a maioria dos consumidores, já que 62% dos entrevistados não sente a necessidade de acompanhar as últimas tendências da moda e metade agora consideraria marcas próprias para roupas, sapatos e acessórios.

Uma grande proporção (67%) prefere agora reparar em vez de substituir os seus bens, desafiando o desejo tradicional de possuir sempre as coisas mais recentes.

55% dos consumidores em todo o mundo diz que as marcas não são mais importantes.

“Os consumidores continuam frugais e resilientes para lidar com as pressões do custo de vida, deixando-os sem escolha a não ser aproveitar as lições aprendidas com a pandemia. Estão a ver o valor que recebem das marcas diminuir, devido ao aumento de preços e à retração. Os consumidores estão a responder afastando-se das marcas, reduzindo a sua lista de itens essenciais e cancelando assinaturas para maximizar os seus orçamentos. Com a confiança nos retalhistas e nos negócios de produtos de consumo a diminuir em toda a linha (menos sete pontos percentuais para os supermercados, desde fevereiro de 2021), as empresas devem estar preparadas para aceitar que as decisões que tomam agora podem ter implicações a longo prazo na lealdade do consumidor e as marcas terão de duplicar os esforços de inovação e marketing para competir”, defende Kristina Rogers, EY Global Consumer Leader.

 

Tecnologia na vida do consumidor

O EY Future Consumer Index revela que quase metade (46%) dos consumidores inquiridos confia na tecnologia para gerir o seu dia-a-dia. Esta crescente dependência da tecnologia e dos seus resultados e recomendações está também a moldar as decisões de compra e o consumo global.

Quase metade dos consumidores entrevistados (46%) usou serviços de entrega de alimentos nos últimos três meses, um aumento de 12 pontos percentuais desde junho de 2022. 53% dos inquiridos socializou com amigos e familiares através de plataformas de vídeo, um aumento significativo de 14 pontos percentuais desde junho de 2022, e 62% ouve streams de áudio, mais 17 pontos percentuais em relação a junho de 2022.

As tecnologias emergentes também tiveram uma forte adesão, com mais do dobro do número de consumidores a usar plataformas virtuais multiutilizador em comparação com junho de 2022. Notavelmente, 66% dos entrevistados disse que está disposto a partilhar seus dados em troca de alternativas mais baratas.

“Os consumidores tornaram-se utilizadores habituais da tecnologia digital, tornando-se cada vez mais dependentes desta para lhes proporcionar formas de facilitar a vida, poupar dinheiro, poupar tempo, trabalhar a partir de casa e reduzir o seu impacto ambiental. As atitudes dos consumidores em relação à tecnologia estão a evoluir tão rapidamente quanto a própria tecnologia, à medida que procuram uma troca justa de valor. As empresas devem promover uma relação com os seus clientes em torno da tecnologia baseada na confiança, respeito e valor. Não o fazer prejudicará as relações a longo prazo”, conclui Kristina Rogers.

 

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