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Cláudia Azevedo defende investimento nas pessoas e na educação ao longo da vida

CEO da Sonae realçou a necessidade urgente de requalificar os europeus para os empregos de futuro e fomentar a educação ao longo da vida na reunião anual do Fórum Económico Mundial

A Conferência Anual do Fórum Económico Mundial, subordinada  ao tema central “Colaboração para a Época da Inteligência”, e que termina hoje, dia 24 de janeiro, em Davos, na Suíça, debateu os desafios do mundo atual. Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, participou como oradora no painel dedicado à requalificação, onde defendeu a urgência de investir nas pessoas e de fomentar a cooperação entre Estados, empresas e entidades formadoras, com o objetivo de capacitar os Europeus e promover a educação ao longo da vida.

“É importante reformular a requalificação para a tornar aspiracional. Não é só para os que ‘ficam para trás’, é para todos os que ambicionam progredir na carreira. Ser curioso e continuar a aprender é a competência mais importante para todos”, afirmou Cláudia Azevedo.

A CEO da Sonae participou na sessão “Reskilling for the Intelligent Age”, moderada por Adam Grant, escritor norte-americano e Professor da Wharton School, e que juntou Omar Abbosh, CEO da Pearson, Vimal Kapur, Chairman e CEO da Honeywell, Joseph Ucuzoglu, Global CEO da Delloite, e Shri Jayant Chaudhary, Ministro da Educação da Índia.

 

Requalificação necessária

De acordo com o Eurostat, existiam cerca de 13 milhões de desempregados na Europa no final de novembro, apesar da taxa de postos de trabalho não preenchidos ter duplicado nos últimos 10 anos. Estima-se, ainda, que 20 milhões de pessoas precisem de requalificação num futuro próximo, de forma a tornar compatíveis as competências dos profissionais com as competências necessárias para os empregos do futuro.

Na sua participação, Cláudia Azevedo reforçou a necessidade de investir na educação ao longo da vida para enfrentar as mudanças geradas pela transição digital e verde, garantindo que todos tenham acesso a oportunidades contínuas de formação.

A CEO da Sonae realçou ainda a necessidade de as empresas investirem nas suas pessoas, afirmando que ” a cultura da empresa desempenha um papel significativo. Se for uma organização que ‘sabe tudo’, não há sensação de necessidade de aprender. No entanto, se a cultura corporativa incentivar todos a sentirem que devem continuar a aprender, então a curiosidade torna-se a habilidade mais valiosa que podem ter, o que fará uma grande diferença”.

 

Portugal apresentado como exemplo de cooperação

Cláudia Azevedo salientou também a necessidade de cooperação entre Estado, empresas e entidades formadoras para acelerar a requalificação dos europeus, dando como exemplo de sucesso o programa português PRO_MOV by Reskilling 4 Employment, que junta setor público e setor privado na promoção da formação de profissionais para os empregos de futuro através da requalificação e integração no mercado de trabalho.

“Todas as pessoas que requalificamos têm uma experiência que muda a sua vida”, salientou a CEO da Sonae. O PRO_MOV envolve entidades como IEFP, Associação BRP (Business Roundtable Portugal), CIP (Confederação Empresarial de Portugal) e mais de 150 empresas, entre as quais Sonae, Nestlé e SAP, disponibilizando cursos que são desenvolvidos com o contributo dos parceiros com o objetivo de promover a empregabilidade e a adequação às necessidades do mercado de trabalho.

A iniciativa integra o programa europeu Reskilling for Employment (R4E), no âmbito da European Round Table for Industry. Este programa, onde a Sonae se encontra inserida, conta já com projetos em Portugal, Espanha, Suécia, Grécia, Itália, Alemanha, Finlândia e França.

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Por Bruno Farias

Diretor na revista Grande Consumo. Um eterno sonhador, um resiliente trabalhador. Pai do Afonso e do José.

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