O Fórum para a Competitividade considera ser cada vez mais provável que Portugal enfrente uma recessão, em 2023. No relatório de perspetivas empresariais, estima um abrandamento do crescimento entre -2% e 1%, em 2023, abaixo da previsão de 1,3% do Governo.
A análise identifica o pessimismo crescente do enquadramento internacional e europeu, em particular, novos surtos de inflação, com origem em dificuldades no abastecimento de combustíveis, subidas mais rápidas e acentuadas das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu e dos diferenciais de crédito. O fórum assinala que a Nigéria, que é o principal fornecedor de gás natural de Portugal, representando 55% do total, já falhou quatro entregas até agosto, de um total de 30, pelo que considera que, também aqui, “não há razões para otimismo“.
Contributo do turismo
O Fórum para a Competitividade salienta que o contributo do turismo para a recuperação ter-se-á concluído em 2022, uma vez que as dormidas já atingiram os valores anteriores à pandemia. Assim, doravante, será de esperar uma evolução mais moderada.
Quanto à inflação, é estimado um abrandamento a nível nacional, entre 7,2% e 7,8%, em 2022, para entre 4,5% e 6%, em 2023.
A análise salienta ainda que “a forte desaceleração da economia que se antecipa poderia conduzir a uma subida da taxa de desemprego, não se desse o caso de estarmos em pleno emprego e haver muita escassez de mão-de-obra em vários sectores“. Prevê, assim, um aumento ligeiro da taxa de desemprego, entre 5,6% a 6,2%, em 2022, para entre 5,5% para 6,5%, em 2023.
