Retail Media: a pedra angular da fidelização e retenção de clientes

Eduardo Esparza VP Manager da Webloyalty Ibéria e Brasil
Eduardo Esparza, VP Manager da Webloyalty Ibéria e Brasil

A terceira grande revolução da publicidade digital já chegou, marcada por uma população hiperconectada, com um consumidor cada vez mais exigente e infiel e uma enorme concorrência. Depois da revolução liderada pelos motores de busca, como o Google ou o Yahoo, ou da que ocorreu com a incursão das redes sociais, agora é a vez do Retail Media. Este assume-se como uma tendência publicitária dentro do ambiente online ou offline do retalhista, que está a marcar uma nova era e a ganhar grande força nos últimos meses. É verdade que não é uma novidade em si, mas, nos últimos tempos, pudemos assistir a esta prática tornar-se mais uma obrigação do que uma necessidade para os retalhistas.

Este “boom” deve-se ao facto do atual contexto sociopolítico e económico estar a gerar um cenário favorável para o seu desenvolvimento. Isto acontece graças à situação socioeconómica atual, provocando o abrandamento do crescimento e o controlo da sobrevivência das empresas através da procura crescente de fontes de rendimentos adicionais, o que as ajuda a aumentar os seus resultados. É aqui que o Retail Media se torna um importante aliado. Isto reflete-se em dados reais. Por exemplo, a Europa fechou o ano com receitas de 12 mil milhões e nos Estados Unidos, principal mercado do sector depois da China, estima-se que, nos próximos anos, um em cada cinco dólares investidos em publicidade digital seja canalizado para o Retail Media.

 

Retalhistas como pedra angular

Quando se trata de estabelecer uma boa utilização desta tendência, o cliente deve ser o epicentro em torno do qual deve girar tudo o que se estabelece. No entanto, gostaria de salientar que, cada vez mais, as empresas não se devem concentrar tanto em alcançar um grande número de clientes, mas, sim, no valor que estes acrescentam e que a empresa pode acrescentar em cada um deles. O Retail Media é, sem dúvida, a pedra angular para isso. Volto novamente ao contexto socioeconómico para o explicar, pois, de acordo com o dunnhumby.com, quando a inflação aumenta cerca de 5%, o comportamento dos consumidores começa a mudar. As empresas, conscientes da forma como a situação económica global afeta o comportamento dos consumidores, introduzem mudanças em cima da mesa. E isso reflete-se em dados concretos, com 88,5% das empresas a apostar em estratégias e ferramentas de fidelização e retenção de clientes como chave para ultrapassar a atual crise, como aponta o último estudo da Antavo.

As empresas que forem capazes de fazer corresponder a sua oferta às necessidades do utilizador terão uma força de venda quase garantida. Estamos a assistir gradualmente ao fim das estratégias de massas e das campanhas mais generalistas, isto porque é cada vez mais claro que cada cliente tem necessidades diferentes e tem-nas numas alturas e noutras não. A realização de uma estratégia mais individualizada ajuda a fidelizar clientes, cada vez mais exigentes e informados, e, ao mesmo tempo, cada vez mais infiéis.

 

Melhorar a experiência de compra do utilizador

O cerne da questão é que se conseguirem melhorar a experiência de compra do utilizador, oferecendo-lhe produtos e serviços do seu interesse, enquanto os anunciantes conseguem trabalhar as suas campanhas com maior transparência (e em tempo real), o sucesso está garantido. E isto é fundamental, não só para os retalhistas, mas também para os anunciantes que melhoram o alcance e a conversão das suas campanhas graças aos dados e à capacidade de trabalhar em tempo real. E, claro, os utilizadores melhoram a sua experiência de compra ao disporem de ofertas direcionadas e de produtos ou serviços complementares que lhes interessam.

Para poder materializar esta boa prática, é necessário apostar na correta utilização dos dados e da tecnologia, uma vez que esta proporciona ao Retail Media muitas e poderosas possibilidades. Em primeiro lugar, porque oferece às marcas a possibilidade de conhecerem o seu público e de identificarem como, onde e quando consomem, o que permitirá às empresas planear campanhas, para que estas contenham as mensagens certas para o público certo e sempre no momento certo.

Em segundo lugar, porque as marcas vão poder relacionar-se com o seu público-alvo de forma mais eficiente, analisando o histórico de compras, cruzando dados de rastreio de visitas, métodos de pagamento, entre outros elementos que permitem a possibilidade de criar campanhas personalizadas e direcionadas para cada perfil de cliente. Isto permite a retenção e fidelização dos consumidores, incentivando a repetição de compras. Por outras palavras, a utilização correta dos dados e da tecnologia dá um passo em frente na análise das ações reais e não apenas na informação fornecida pela navegação.

 

Fonte de receita adicional

Em suma, o Retail Media permite que os retalhistas obtenham receitas adicionais, com as quais podem aumentar a sua demonstração de resultados, que os anunciantes melhorem o alcance e a conversão das suas campanhas e que os utilizadores tenham uma melhor experiência de compra ao disporem de ofertas específicas e de produtos ou serviços complementares do seu interesse.

 

Este artigo foi publicado na edição N.º 86 da Grande Consumo

 

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