in

Bens alimentares essenciais mais caros quase 20%

Foto Shutterstock

Em apenas uma semana, de 23 a 30 de novembro, um cabaz de bens alimentares essenciais passou de 212,76 euros para 219,22 euros, numa subida de 6,47 euros para atingir o valor mais elevado até ao momento desde que iniciou a guerra na Ucrânia. De acordo com a Deco, este cabaz custa agora mais 35,59 euros, ou 19,39%, do que custava a 23 de fevereiro, véspera do início do conflito armado.

Peixe e lacticínios são as categorias que, nos últimos nove meses, registaram os maiores aumentos, de 22,23% e 21,24%, respetivamente. No entanto, segundo a associação de defesa do consumidor, os aumentos têm-se feito sentir em todas as categorias alimentares. Carne (20,62%), congelados (19,92%), mercearias (16,33%) e frutas e legumes (14,68%) registaram subidas de preço.

 

Maiores subidas

Entre os dias 23 e 30 de novembro, os 10 produtos com maiores subidas de preço foram o arroz carolino (33%), a pescada fresca (19%), o peixe-espada-preto (15%), o carapau (14%), a couve-coração (13%), o iogurte líquido (10%), os douradinhos de peixe (9%), o salmão (8%), o atum posta em azeite (8%) e a cebola (6%).

Já entre 23 de fevereiro e 30 de novembro, as maiores subidas assinalaram-se na pescada fresca (78%), no arroz carolino (53%), no açúcar branco (49%), no carapau (47%), no leite UHT meio-gordo (43%), na polpa de tomate (38%), na bolacha Maria (35%), no bife de peru (33%), nos ovos (33%) e na laranja (32%).

 

Dependência dos mercados externos

A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno. “Se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o país a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, indica a Deco.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, veio, por isso, pressionar ainda mais um sector que já lidava com as consequências da pandemia e da seca, com forte impacto na produção e na criação de stocks. “A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”.

 

 

Eurostat

Portugal contraria tendência de contração do volume do comércio a retalho

Normal

Cadeia de retalho dinamarquesa Normal abre segunda loja em Portugal