A Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) enviou uma carta aos presidentes das câmaras municipais da Área Metropolitana de Lisboa (AML), onde apela ao alargamento dos horários dos espaços comerciais.
O pedido surge no âmbito da decisão tomada pelo Governo em Conselho de Ministros de serem os presidentes dos municípios da AML a determinar os horários do comércio.
Não deixando de salientar o trabalho desenvolvido pelos municípios na resposta à crise sanitária e económica provocada pela Covid-19, a associação sublinha que, “após cerca de três meses de quebras de 100%, a recuperação tem sido difícil, com reduções, face ao período homólogo, a rondar os 40% no período da reabertura”. Em particular, na AML, os comerciantes têm enfrentado dois fatores muito condicionadores, que leva a que a redução seja 12 pontos percentuais superior ao resto do país: a redução significativa do turismo e a restrição de horários.
Espaços seguros
A AMRR recorda ainda que os espaços comerciais têm-se revelado seguros e monitorizados, sublinhando o trabalho de sensibilização e cooperação das confederações e associações do sector, sendo referida, designadamente, e para além da própria AMRR, a CCP, a AHRESP e a APCC.
A Associação de Marcas de Retalho e Restauração saúda, ainda, no documento o esforço que os municípios têm feito no apoio ao comércio e apela à adoção de todas as medidas, designadamente ao nível de isenção/redução de rendas dos espaços do domínio municipal, que possam ser implementadas com o objetivo de ajudar à sobrevivência económica dos comerciantes.
“Os comerciantes têm enfrentado quebras abruptas das suas receitas e, apesar de toda a incerteza, continuam a investir na segurança dos seus clientes e a respeitar as normas e recomendações das autoridades”, avança Miguel Pina Martins, presidente da AMRR. “Por isso, consideramos que é necessário e urgente alargar os horários dos espaços comerciais e implementar todas as medidas de apoio ao comércio para uma recuperação económica”.
Recorde-se que no seu mais recente Observatório, relativo ao mês de julho, a AMRR anunciou uma quebra de vendas de 36,8% face ao mesmo período do ano passado, tendo em Lisboa (- 42,8%) sido superior em 12 pontos percentuais face ao resto do país e inclusivamente tendo piorado face ao mês de junho.