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Amazon regista marca própria alimentar em Portugal

A Amazon pediu o registo da marca Happy Belly em Portugal, uma das suas MDD’s dedicada aos produtos alimentares.

Segundo a informação que consta no Boletim da Propriedade Industrial de 15 de março, o pedido de registo foi apresentado pela Amazon Technologies Inc. em fevereiro. Corre agora o prazo de dois meses para a apresentação de reclamações sobre o registo.

O registo da marca no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual cobre extensas e diversas áreas de aplicação, desde carne, peixe, aves e caça a vinagre de cerveja, raízes de chicória, objetos comestíveis e mastigáveis para animais, plantas secas para decoração, néctares de fruta sem álcool, serviços de venda a retalho e venda a retalho online de croquetes, entre muitas outras, num total de mais de oito páginas com possíveis âmbitos de atuação.

Foi em 2009 que a empresa de Jeff Bezos, que até aí tinha crescido como simples intermediário comercial, deu os primeiros passos no lançamento de marcas próprias. Começou com a Amazon Basics para os produtos de eletrónica e informática. A marca obteve uma boa aceitação e evoluiu para outros artigos. A estratégia passa pelo lançamento de marcas que abranjam os produtos mais populares no seu marketplace.

No total, a Amazon possui 800 marcas registadas ou em processo de aceitação por parte do USPTO, o gabinete norte-americano de patentes, segundo um estudo do Quartz. Deste total, 19 são vendidas atualmente através da Amazon.com ou têm páginas próprias na web da multinacional norte-americana.

A Happy Belly, assim como as marcas Wickedly Prime, para molhos e temperos, e Mamma Bear, para produtos para bebés, foram lançadas em 2016. Em grande parte destas marcas, não há qualquer associação à Amazon. Uma das exceções é a marca Pinzon by Amazon, dedicada à roupa de cama. Noutros casos, o elemento diferenciador é que os produtos só podem ser comprados pelos clientes Prime.

Recentemente, as marcas próprias de alimentação da Amazon chegaram ao mercado espanhol. Happy Belly, Wickedly Prime e Mamma Bear estão à venda em Espanha desde o final de outubro, chegando também a outros mercados europeus importantes, como Itália, França e Alemanha. Tal como aconteceu com a sua estreia, em 2016, no mercado norte-americano, a Amazon lançou estas marcas em Espanha de forma muito discreta, sem nenhum plano de comunicação ou promoção. A divulgação assenta, essencialmente, no boca a boca dos utilizadores.

Segundo Álvaro Morilla, analista sénior de E-commerce e Digital da Kantar Consulting, com o lançamento desta linha em Espanha (e o registo da marca noutros mercados europeus, como Portugal), a Amazon deixa bem claro que “aprendeu a lição nos Estados Unidos da América e confia nas oportunidades de expansão das suas marcas brancas (ou de distribuidor) na Europa”. Em Espanha, de acordo com os dados da Kantar Worldpanel, a marca própria representa 36,4% de quota de mercado em valor no grande consumo e, apesar do online ser um canal ainda com baixa penetração, “a Amazon representa uma ameaça real”, já que “56% dos compradores das grandes cadeias compraram algo à Amazon em 2017”.

A Amazon não tem ainda presença direta no mercado português, que é servido pela plataforma e operação logística espanholas. Contudo, em janeiro passado, o Negócios noticiava que a empresa de Jeff Bezos estava a negociar com a câmara Municipal do Porto a instalação em Portugal, o que foi confirmado pela própria autarquia.

“Acreditamos que iremos reforçar a nossa quota de mercado nos próximos tempos”

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