As ações da Ceconomy dispararam, após informações divulgadas nos meios de comunicação de que a gigante chinesa de comércio eletrónico JD.com está interessada em adquirir uma participação na dona das cadeias MediaMarkt e da Saturn.
O jornal alemão Manager Magazin noticiou, citando fontes próximas, que a JD.com está em negociações com acionistas da Ceconomy, incluindo as famílias Haniel, Beisheim e Schmidt-Ruthenbeck, desde o verão, sobre uma possível aquisição da sua participação. A Ceconomy, Haniel e as fundações Meridian e Beisheim recusaram comentar a informação.
Os descendentes das dinastias empresariais Haniel, Beisheim e Schmidt-Ruthenbeck possuem juntos cerca de um terço da Ceconomy. Se um acionista atingir o limiar de 30%, terá de apresentar uma oferta obrigatória para todas as ações em circulação.
Outra potência dentro da Ceconomy, que poderá oferecer alguma resistência ao hipotético negócio, inclui os descendentes do fundador da Media Markt, Erich Kellerhals, que, após a sua morte, trocaram a sua participação na MediaMarkt-Saturn por outra de quase 30% na holding controladora.
Porta de entrada na Europa
Um acordo poderia abalar significativamente o mercado europeu da eletrónica de consumo. A JD.com poderia inundar o mercado europeu, via Media Markt e Saturn, com produtos chineses baratos, o que também encaixaria bem com a imagem de baixo preço de ambas redes. Paralelamente, a JD.com procura entrar na Europa há muito tempo.
A Ceconomy registou um prejuízo de 105 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano fiscal 2022/23, e um volume de negócios de 16,9 mil milhões de euros. Já a JD.com tem revelado uma significativa resiliência. A gigante online tem apresentado consistentemente resultados financeiros positivos e um desempenho robusto das ações, mesmo perante desafios macroeconómicos.
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