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A HAVI Portugal encerrou 2024 com marcos significativos em sustentabilidade e inovação, consolidando a sua posição no sector logístico. Sob a liderança de Luís Ferreira, Managing Director Portugal da HAVI, a empresa iniciou a expansão do seu centro de distribuição de Azambuja e reforçou a sua frota sustentável, sublinhando o seu compromisso com a neutralidade carbónica até 2050, ao mesmo tempo que apostou fortemente na digitalização e na automação para otimizar operações. Com metas ambiciosas para o futuro, a HAVI continua a moldar o futuro da logística em Portugal, alinhando-se com as tendências globais de sustentabilidade e transformação digital.
Grande Consumo – Como define a evolução da HAVI Portugal ao longo de 2024? Quais foram os principais marcos e conquistas da empresa neste último ano?
Luís Ferreira – Foi, sem dúvida, um ano de crescimento e consolidação para a HAVI Portugal. Reforçámos a nossa posição no sector através da aposta na inovação e consolidámo-nos como referência de sustentabilidade – e estes dois eixos são muito importantes para o nosso negócio e onde ele assenta. Também podemos assinalar como principais marcos o início da expansão do nosso centro de distribuição de Azambuja e o reforço da frota sustentável.
GC – Como evoluiu a relação da HAVI com os seus principais clientes e parceiros durante este período?
LF – A relação com os nossos parceiros é desde sempre baseada na transparência, na eficiência operacional e na procura contínua por soluções inovadoras, e assim pretendemos que continue, pois não nos faz sentido de outra forma. Trabalhámos em estreita colaboração para melhorar e otimizar processos, trazendo inovação tecnológica a alguns deles.
GC – A sustentabilidade e a eficiência logística são dois grandes temas do sector. Que progressos a HAVI fez nesta área em 2024?
LF – Intensificámos os nossos esforços para tornar as operações mais sustentáveis, nomeadamente através da colocação de painéis solares nas instalações de Azambuja, da otimização de rotas e da redução de emissões, e ainda do investimento contínuo em frota sustentável. Para além disso, reforçámos práticas de economia circular que já desenvolvíamos com os nossos clientes e parceiros, nomeadamente no que diz respeito à valorização de óleo alimentar usado.
GC – A inovação é um pilar essencial na logística e cadeia de abastecimento. Que novas soluções ou processos foram implementados em 2024?
LF – A inovação esteve no centro da nossa estratégia, com destaque para a digitalização de processos, a automatização de tarefas e a integração de novas tecnologias de análise de dados com os nossos parceiros. Apostámos também na melhoria da experiência dos colaboradores com ferramentas que facilitam a comunicação interna e a partilha de informação.
GC – Como a digitalização e a automação impactaram as operações da HAVI no último ano?
LF – A digitalização e automação permitiram-nos melhorar a eficiência operacional e reduzir erros. Melhorámos as soluções de monitorização da frota em tempo real, com foco nas emissões, e a capacidade de antecipação das necessidades da cadeia de abastecimento através de modelos preditivos. Facilitámos a comunicação de ponta a ponta entre os diversos intervenientes da cadeia de abastecimento, promovendo maior colaboração e transparência.
GC – De que forma a HAVI está a apostar na transição para um modelo logístico mais sustentável e eficiente?
LF – O nosso compromisso é atingir a neutralidade carbónica até 2050 – sendo que esta transição exige uma abordagem integrada, combinando investimentos em frota sustentável, tecnologia avançada para otimização de processos e uma cultura organizacional focada na redução do desperdício. Estamos comprometidos com reduzir a pegada ecológica da nossa operação, sem comprometer a excelência do nosso serviço.
GC – O investimento em frota e tecnologia teve algum destaque em 2024?
LF – Indo de encontro à nossa estratégia, continuámos a investir numa frota mais sustentável, e podemos destacar a parceria com a Addvolt, que nos permitiu introduzir o regenerador de energia nos nossos camiões – agora utilizam o sistema de travagem para gerar energia para os motores de frio, sem necessidade de carregamento das baterias para esse efeito. Também a incorporação de óleo vegetal tratado com hidrogénio (HVO) na frota e a colocação de painéis solares nas instalações de Azambuja e a implementação de um novo sistema de gestão de armazéns (WMS) da Infor, foram alguns dos principais investimentos nestas áreas em 2024.
GC – Quais são os principais objetivos da HAVI Portugal para 2025?
LF – Este ano vamos continuar a apostar na inovação, sustentabilidade e eficiência operacional. O nosso foco estará na expansão das instalações de Azambuja, algo que nos permitirá continuar a crescer e garantir um serviço de excelência aos nossos clientes.
GC – Existe algum investimento estratégico planeado para este ano?
LF – Sim – estamos a “cozinhar” algumas novidades, que contamos poder partilhar em breve.
GC – Como é que a empresa prevê a evolução do sector logístico em Portugal?
LF – O sector vai enfrentar muitos desafios relacionados com a transformação digital e a IA. Prevemos cada vez mais a necessidade de continuar a formar e a qualificar as equipas, para que sejam capazes de acompanhar estas mudanças e tirar partido delas. A sustentabilidade ambiental continuará na ordem do dia e as empresas que acompanhem esta tendência vão ser capazes de dar resposta às exigências do sector. Em suma, as empresas que apostarem na inovação e na adaptação às tecnologias emergentes vão ter uma vantagem competitiva significativa.
GC – Que tendências globais e locais terão um impacto mais relevante na vossa atividade?
LF – A crescente automação, a utilização de Inteligência Artificial na cadeia de abastecimento, a exigência por operações mais sustentáveis e a necessidade de adaptação aos desafios geopolíticos são tendências globais que têm e vão ter um forte impacto no sector. A nível local, o aumento da regulamentação ambiental, nomeadamente no que diz respeito ao acesso às cidades e à introdução de novas tarifas, e também o aumento da consciencialização ambiental e consequente mudança nos hábitos de consumo, vão continuar a moldar a área de Supply Chain em Portugal.
GC – A sustentabilidade continua a ser uma prioridade para a HAVI? Que metas a empresa definiu para 2025 neste campo?
LF – Sim, a sustentabilidade é um pilar estratégico da HAVI – não só hoje ou no futuro, mas desde sempre. Para 2025 temos metas ambiciosas: pretendemos continuar a caminhar no sentido de atingir a neutralidade carbónica, uma maior eficiência energética e a incorporação de práticas circulares adicionais na nossa cadeia de abastecimento. Não é um caminho fácil ou linear, mas é um caminho absolutamente necessário e incontornável e que percorremos há muito tempo.
GC – Como é que a HAVI vê a sua posição no mercado português em comparação com os concorrentes?
LF – A HAVI diferencia-se pelo serviço de excelência que oferece aos seus parceiros, fazendo uma gestão integrada da cadeia de abastecimento; e também pelo nosso compromisso com a inovação e sustentabilidade ambiental. Somos pioneiros não apenas na transição energética no nosso sector, adotando uma frota mais sustentável e consolidando assim o nosso compromisso com o meio ambiente, mas também na inovação, com soluções tecnológicas que nos permitem oferecer um serviço diferenciado do restante que existe no mercado.
GC – Existe a intenção de expandir ou reforçar a presença da empresa no país?
LF – Conforme já foi referido, estamos a apostar na expansão das nossas instalações de Azambuja, de forma a suportar o crescimento dos nossos clientes, bem como reforçar a nossa quota de mercado. O nosso foco está sempre na melhoria contínua dos serviços e na adoção de soluções que agreguem mais valor para os nossos clientes.
GC – O que podemos esperar da HAVI no curto e médio prazo?
LF – Vamos continuar a liderar pelo exemplo, antecipando tendências e elevando os padrões da logística sustentável em Portugal. Continuaremos também a investir na transformação digital, na otimização da cadeia de abastecimento e no desenvolvimento das nossas equipas, garantindo um serviço de excelência, cada vez mais eficiente, inovador e alinhado com os desafios do futuro.