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“A pandemia acelerou de forma abrupta o foco na digitalização das empresas nacionais”

Miguel Salgueiro, Founder Partner da NextBITT

Segundo Miguel Salgueiro, Founder Partner da NextBITT, as empresas portuguesas veem, hoje, a gestão de ativos físicos como parte importante da cadeia de valor da sua atividade diária. Fundada em 2015, a “software house” portuguesa tem conseguido um crescimento de dois dígitos ao ano, sendo que, em 2021, em plena pandemia, cresceu 55%, especializando-se no apoio à gestão do ciclo de vida útil do património das organizações e contando com projetos com organizações como Leroy Merlin, Via Outlets e MC, entre outras. Para o futuro, diz o responsável, o foco mantém-se em continuar na vanguarda tecnológica associada à gestão e otimização dos ativos físicos das organizações e, especialmente, aos sistemas de gestão ambiental.

 

Grande Consumo – A NextBITT atingiu, em 2021, um volume de negócios de três milhões de euros, o que representa um crescimento a dois dígitos (60%), em contraciclo com a economia. Como se explicam estes resultados?

Miguel Salgueiro – Estes resultados explicam-se pela consistência e solidificação dos projetos e serviços prestados pela NextBITT, assim como a assertividade e relevância da nossa oferta, juntamente com a aposta no capital humano e a progressão interna das carreiras, como pilares fundamentais no desenvolvimento da empresa.

Este crescimento é também sustentado na consolidação da oferta integrada da tecnologia NextBITT, assente em cinco áreas diferentes – Asset Management, Facility Management, Field Service, Internet of Things & Sustainability -, mas que convergem, permitindo indicadores de gestão num único dashboard, alimentados de forma automática, que ajudam a uma tomada de decisão com dados em tempo real e de forma mais rápida.

Importa destacar que o facto de termos vindo a desenvolver cada vez mais projetos em organizações de grande dimensão (a NextBITT conta com mais 25% das empresas do PSI20 na sua carteira de clientes, entre outros), que pretendem garantir uma rastreabilidade completa dos ativos físicos, ao longo do seu ciclo de vida útil, tem sido um acelerador muito importante e diferenciador, ao longo do nosso crescimento.

 

GC – As empresas portuguesas estão mais prontas para adotar tecnologia para a gestão e otimização de ativos físicos?

MS – A pandemia acelerou de forma abrupta o foco na digitalização das empresas nacionais, obrigando-as, assim, a terem de se tornar mais digitais, pois, caso contrário, correm o risco de ser ultrapassadas pela sua concorrência.

Desta forma, pelo que temos vindo a observar do mercado, esta é uma preocupação cada vez maior das empresas nacionais e transversal na digitalização das diferentes indústrias, na medida em que as empresas portuguesas, hoje, já veem a gestão de ativos físicos como ‘parte’ importante da cadeia de valor da sua atividade diária.

 

GC – A aceleração da digitalização, durante a pandemia veio trazer alguma alteração à forma como as empresas gerem os seus ativos?

MS – Claramente que sim. Esta realidade trouxe um maior foco, por exemplo, ao nível da manutenção de edifícios, com especial incidência em planos de manutenção preventiva, em vez de reativa. Aqui, claramente mudou, aumentando, assim, o ciclo de vida útil dos ativos físicos.

Esta situação, e pelo facto da gestão à distância, teve impacto também numa gestão de stocks mais controlada. Ou seja, hoje, as empresas, com a adoção da tecnologia NextBITT, têm uma visão integrada da gestão de ativos, conseguindo, assim, ter ganhos de operação muito significativos.
Sentimos, também, que as empresas cada vez mais contratam serviços integrados, em vez da tradicional “hora/homem”.

 

GC – Qual é a mais-valia para as empresas de terem uma solução de gestão e otimização de ativos físicos? O que oferece a NextBITT nesse sentido?

MS – Uma organização, ao incluir uma plataforma que faça a gestão e otimização dos seus ativos físicos, consegue manter um registo permanente de todo o seu património, bem como a gestão do ciclo de vida útil de cada ativo físico. No entanto, com a plataforma NexTBITT, para além da gestão e otimização dos ativos físicos, uma organização consegue congregar o módulo de Sistema de Gestão Ambiental, o que simplifica o cumprimento da conformidade ambiental e dos relatórios de sustentabilidade numa visão “top down”, desde os departamentos, às infraestruturas até aos ativos físicos, numa única aplicação.

Esta solução garante a gestão do cálculo da pegada carbónica, com base em toda a informação de gestão de ativos físicos: métricas de qualidade de energia, água, gás, combustíveis fósseis e rastreio de resíduos perigosos produzidos, bem como o ambiente interior dos edifícios. Para além disso, permite também às organizações ver em tempo real consumos, de forma simples e a baixo custo, o que antigamente não era possível.

 

“A sustentabilidade, o novo digital das organizações, tem vindo a criar uma forte dinâmica, uma cultura cada vez mais ambiental, toda uma nova estratégia nas diferentes indústrias, tendo por base o ESG – Environmental, Social and Governance. Este novo paradigma para as empresas, ao abrigo da legislação publicada na União Europeia, sujeitas à obrigação de publicar uma “demonstração não financeira”, com evidências dos dados no relatório de sustentabilidade, oriundos das ligações de sensores à tecnologia NextBITT, proporciona uma maior consciencialização sobre boas práticas empresariais orientadas para a utilização racional, eficiente e sustentada dos recursos, onde a implementação e manutenção do SGA – Sistema de Gestão Ambiental é crucial”

 

GC – A sustentabilidade é uma componente importante da oferta da NextBITT?

MS – A NextBITT aposta claramente na sustentabilidade, para ser referência internacional em cinco anos. Sem dúvida alguma que a nossa oferta passou a ser totalmente diferenciadora e disruptora, no que diz respeito à automatização do processo relativamente à componente do Sistema de Gestão Ambiental e do Sistema de Gestão Energética.

É de destacar que a nossa oferta assente em Asset Management, tendo por base o cadastro de ativos e sensorização de edifícios/indústrias, permite, hoje, um elevado nível de conhecimento para alimentar o SGA e SGE, de forma totalmente automática, com base nos critérios da da ISO 14001.  Esta aposta advém também da experiência que temos em projetos de sustentabilidade no sector financeiro, hoje reforçada pela obrigatoriedade imposta pela comunidade europeia.

 

GC – Como se situa Portugal no âmbito das boas práticas das empresas ao nível da sustentabilidade? Ainda tem muito caminho a percorrer?

MS – A sustentabilidade, o novo digital das organizações, tem vindo a criar uma forte dinâmica, uma cultura cada vez mais ambiental, toda uma nova estratégia nas diferentes indústrias, tendo por base o ESG – Environmental, Social and Governance.

Este novo paradigma para as empresas, ao abrigo da legislação publicada na União Europeia, sujeitas à obrigação de publicar uma “demonstração não financeira”, com evidências dos dados no relatório de sustentabilidade, oriundos das ligações de sensores à tecnologia NextBITT, proporciona uma maior consciencialização sobre boas práticas empresariais orientadas para a utilização racional, eficiente e sustentada dos recursos, onde a implementação e manutenção do SGA – Sistema de Gestão Ambiental é crucial.

Nesse sentido, acredito que Portugal tem fortes possibilidades de, nos próximos anos, estar na linha da frente da Europa ao nível das boas práticas das organizações ao nível da sustentabilidade. Isto porque já existe um enorme número de empresas públicas e privadas, associações e consultoras muito focadas neste tema, em que a tecnologia é o eixo de destaque na gestão da sustentabilidade.

 

GC – O retalho é um dos principais sectores onde a NextBITT desenvolve projetos de gestão e otimização de ativos físicos. Como justifica esta aposta?

MS – Apesar de termos uma plataforma transversal a qualquer área, o retalho é um dos sectores onde a NextBITT desenvolve e já desenvolveu projetos com organizações de grande dimensão, focados na gestão e otimização dos seus ativos físicos e na redução da pegada carbónica. A forte aposta neste sector justifica-se pelos elevados índices carbónicos que estas organizações emitem e também pelo grande número de ativos físicos que têm de gerir ao longo do seu quotidiano organizacional.

 

GC – Que projetos já desenvolveu a NextBITT com organizações no sector do retalho?

MS – No sector do retalho, a NextBITT já desenvolveu projetos com diversas organizações, nomeadamente, Leroy Merlin, Via Outlets, Sonae MC, Sonae Fashion, Worten, entre outras.

 

GC – Que balanço fazem da parceria com a Microsoft, assente na Cloud Azure?

MS – O balanço é extremamente positivo. Atendendo a que o nosso mercado são, principalmente, grandes empresas nacionais e multinacionais, todos os temas relacionados com cibersegurança e garantia de disponibilidade são profunda e repetidamente escrutinados pelas equipas dos nossos clientes.

Nesse sentido, a nossa aposta na Cloud Azure para disponibilizar a nossa plataforma ao mercado simplifica e agiliza todo este processo, uma vez que as garantias dadas pela Microsoft permitem-nos focar na nossa plataforma de Asset Management, garantindo simultaneamente elevadíssimos níveis de Compliance e serviço aos nossos clientes.

 

GC – Que expectativas tem a NextBITT, até ao final de 2022? Quais vão ser as apostas da empresa para este ano?

MS – Em 2022, a NextBITT está centrada em manter a aposta na inovação contínua da sua oferta. O foco mantém-se na vanguarda tecnológica, associada à gestão e otimização dos ativos físicos das organizações e aos sistemas de gestão ambiental (SGA) e sistemas de gestão energética (SGE), visto que é um fator diferenciador junto dos nossos clientes, parceiros e concorrentes. Queremos continuar a oferecer uma solução segura, eficaz e fácil de utilizar, num mercado cada vez mais competitivo.

Para além disso, e sendo a NextBITT uma empresa sempre global, única e inovadora, parceira da Microsoft, prevemos continuar a crescer a dois dígitos, numa grande aposta na componente ambiental.

Por Bárbara Sousa

I am a journalist and news editor with eight years of experience in
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