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4 tendências que vão influenciar o mercado alimentar

Foto Shutterstock

O estudo “Rethink: Food & Restaurants”, da autoria do The Valley, assinala quatro mega tendências que estão a transformar o mercado da alimentação, o sector Horeca e o retalho: tecnologia, consumo “on demand”, sustentabilidade e experiências.

No atual contexto, a tecnologia está também ao serviço da alimentação e participa no desenho da produção de alimentos, com o objetivo de os tornar mais saudáveis e sustentáveis. Uma das tendências mais claras é a da proteína vegetal, que deixaram de ser um nicho de mercado. São cada vez mais as grandes empresas que oferecem mais opções vegetarianas entre a sua gama. À proteína vegetal junta-se a carne criada em laboratório, uma tendência que será seguida pela criação de proteína a partir do nada, isto é, produtos ricos em proteína feitos a partir de água, ar ou eletricidade. Outra das tendências é a fruta contra as alterações climáticas, onde algumas organizações estão a estudar como conseguir colheitas de qualidade com temperaturas extremas ou escassez de água.

Numa altura em que o consumidor mudou os seus hábitos de consumo, procura viver de modo mais saudável, ao mesmo tempo que exige produtos rápidos e de fácil consumo, sem que isso afete a qualidade. A busca pela conveniência e a eficiência, combinada com o auge das novas tecnologias, permite às empresas criar novos produtos e serviços personalizados a pedido. Neste sentido, destacam-se três tendências: Dark Kitchens, conceito Netflix na alimentação e inteligência artificial. A primeira destas tendências tem que ver com o crescimento dos pedidos de comida ao domicílio, o que está a potencial o aparecimento das Dark Kitchens, ou seja, cozinhas centradas exclusivamente na preparação dos pedidos, assim como de restaurantes “delivery only”, que não necessitam de grandes instalações, pois apenas funciona, com os serviços de entrega. A segunda destas tendências está relacionada com os modelos de subscrição para menus diários. A este respeito, recorde-se que, em 2025, o mercado mundial dos kits de alimento deverá atingir os nove mil milhões de dólares. Finalmente, a inteligência artificial e os serviços de voz já se podem vincular com as entregas ao domicílio. Grandes cadeias já permitem encomendar através dos assistentes de voz.

O estudo destaca que o cliente não é apenas cada vez mais sustentável e responsável para com o meio ambiente, como exige das empresas uma maior transparência e compromisso com o combate às alterações climáticas. Neste contexto, fala-se da mega tendência do “upcycling” ou do potencial da supra reciclagem, que consiste no aproveitamento de materiais recicláveis para criar produtos que têm um valor maior que o do material original. Embalagens sustentáveis feitos a partir da casca da lagosta são um bom exemplo.

A quarta e última mega tendência prende-se com as experiências. Desde a robótica à gestão de dados, o objetivo é inovar nos modelos de negócio e de gestão, automatizar processos e otimizar a experiência do cliente. Um exemplo de novos modelos de gestão são as apps que integram os pagamentos, a gestão dos pedidos e os clubes de fidelização dos estabelecimentos para oferecer uma melhor experiência de utilização. O futuro contempla também os supermercado automatizados, cujos robot fazer a reposição de produtos ou a limpeza. As previsões são de que, em 2025, haja quatro milhões de robot em mais de 50 mil supermercados.

Nos supermercados podem viver-se três experiências: uma completamente digital, em que se paga através do reconhecimento digital, outra online, em que se faz a compra e se recebe no domicílio, e a terceira combinada, em que se compra através do smartphone na loja física e se recebe a compra em casa. Cafetarias, bares e restaurantes aproveitam a tecnologia para criar espaços experienciais, onde se pode, por exemplo, comer num local onde tudo, desde a loiça às cadeiras, é impresso em 3D.

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